A logística de transporte e embarque é estratégica para a expansão da ArcelorMittal no negócio de minério de ferro no Brasil, onde o grupo tem duas operações – mina da Serra Azul e mina do Andrade, ambas em Minas Gerais. A previsão da companhia, maior fabricante mundial de aço sediada em Luxemburgo, é alcançar produção de 7 milhões de toneladas em 2013.
Em apresentação privada para investidores de Nova York e Londres, na sexta-feira, o alto comando do grupo mostrou sua estratégia para esse negócio, que foi separado no meio do ano, com informações financeiras e operacionais exclusivas e um time exclusivo de executivos para tocá-lo.
A mina Serra Azul, que tem volume esperado de 3,3 milhões de toneladas neste ano, depende de logística da Vale – ferrovia e porto em Itaguaí (RJ) para transporte e embarque do produto. A empresa informou que está disposta a investir na concessão e expansão desse porto para assegurar acesso estável aos mercados internacionais de minério de ferro, como o da China. A mina tem potencial para fazer 10 milhões de toneladas ou mais por ano.
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Já a mina do Andrade, próximo de João Monlevade, está em expansão para atender a usina de aço longo Monlevade, do próprio grupo, que será duplicada. Para isso, vai dobrar de tamanho, para 4 milhões de toneladas, antes do fim de 2012. No futuro, poderá também crescer para atender o mercado interno, seja por contratos de longo prazo ou alianças.
O plano da ArcelorMittal é ser uma companhia de classe mundial em minério de ferro. Esse negócio tem planos de crescimento agressivo nos próximos dez anos – 50% até 2015, sobre a produção de 2010, e dobrar de tamanho nos cinco anos seguintes. O objetivo é chegar a 84 milhões de toneladas daqui a quatro anos, comparado a 49 milhões de toneladas do ano passado. Para 2011, a previsão é produzir 54 milhões.
A companhia informou dispor de um portfólio de ativos de minério de ferro em várias partes do mundo – Canadá, EUA, México, Brasil, África do Sul, Libéria, Mauritânia, Argélia, Bósnia, Ucrânia, Casaquistão e Índia. As reservas provadas e medidas somam 4,2 bilhões de toneladas, com 33% de teor médio de ferro por tonelada. Já o montante de recursos minerais de ferro indicados atinge 8 bilhões de toneladas e o de inferidos, 3,3 bilhões de toneladas.
Segundo a ArcelorMittal, a atividade de mineração (que abrange também carvão metalúrgico) obteve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 1,4 bilhão no primeiro semestre. Esse valor representou 25% do Ebtida do grupo no período, com margem sobre a receita líquida próxima de 70%, em linha com Vale, Rio Tinto e BHP Billiton.
A meta do grupo, com demanda e preços em alta, mais a expansão, é dobrar o Ebitda até 2015.
Cada vez mais, os volumes produzidos passarão a ser contabilizados a valor de mercado, reduzindo a parcela a preço de custo. O grupo vai buscar clientes na América do Norte, Europa, Oriente Médio e, principalmente, na Ásia (destaque para China). “Com operações independentes, queremos ser um fornecedor global preferido”, disse.
Um dos principais projetos da companhia hoje está na Libéria, com investimento total de US$ 2 bilhões. A mina entra em operação este mês ao ritmo de 1 milhão de toneladas e deve alcançar 15 milhões de toneladas em 2015.
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