Com licença do Ibama, FIOL pode avançar

A Ferrovia Integração Oeste-Leste (Fiol), que ligará Ilhéus (BA) a Figueirópolis (TO), precisa vencer uma série de barreiras para percorrer seus planejados 1.527 km e transformar-se no eixo ferroviário horizontal do país. A nova linha férrea, que interligará o Porto Sul, a ser construído na Ponta de Tulha – ao Norte de Ilhéus -, sofreu vários atrasos.


O primeiro trecho entre Ilhéus e Caetité – com 537 km – será concluído apenas em 2013, quando a previsão era para o final de 2012. Um entrave partiu do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que exigiu uma mudança no traçado da ferrovia no trecho Caetité-Oeste Baiano. A alegação do Instituto é que a linha atual passa por cavernas nos municípios de Barreiras, São Félix do Coribe, Santa Maria da Vitória e São Desidério.


Mas a questão foi superada e as obras podem avançar. “A Valec já está com uma estrutura montada que permitirá cumprir as exigências feitas pelo Ibama”, afirma Mauro Ramos, superintendente comercial da Valec Engenharia Construções e Ferrovias S.A.. Com isso, as obras de construção da ferrovia foram retomadas e o Ibama realizará duas verificações em dois meses. A linha está orçada em de R$ 7,43 bilhões e contará com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


O trecho Caetité-Oeste Baiano está dividido em quatro lotes. O quarto e último lote é específico para a construção de uma ponte de três km sobre o rio São Francisco. “As especificações para a construção dessa ponte são bem mais rigorosas”, afirma Neville Chamberlain Barbosa da Silva, superintendente de Construções da Fiol.


A Fiol terá capacidade para transportar 70 milhões de toneladas de carga. “O primeiro trecho Ilhéus- Caetité irá atender o transporte de minérios e deverá ser concluído no final de 2013”, diz Silva. O segundo, entre Caetité e Barreiras (no Oeste baiano), as obras só não começaram por falta de licença ambiental. “A previsão é de que as obras sejam iniciadas até o final do ano”, diz Silva. O terceiro trecho, de Barreiras a Figueirópolis, ainda está em fase de projeto executivo, devendo sair do papel entre 2013 e 2014.


Em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste baiano, será construído um porto seco para que os grãos do oeste possam seguir pela ferrovia. Esse terminal deve ficar pronto no final de 2014, proporcionando uma economia expressiva no custo do frete para os agricultores da região. Hoje, os produtores gastam cerca de R$ 100,00 para transportar uma tonelada de grãos por rodovia até o litoral baiano. Com a estrada de ferro, o gasto com frete cairá para cerca de R$ 20,00 por tonelada.


A previsão da Valec é de que em meados de 2012 os primeiros trilhos da ferrovia já estejam colocados. Para Neville Barbosa, da Fiol, “trata-se de uma ferrovia sofisticada, de primeiro mundo, do padrão da Norte-Sul e da Estrada de Ferro Carajás, compatível com a malha de carga existente nos Estados Unidos, na Austrália e no Canadá”. Ele observa que haverá uma “mudança de paradigma no modelo operacional do Brasil que é Norte-Sul. Vamos criar um grande potencial no sentido Oeste-Leste”, diz.

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