A Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, que ligará a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, a Ipanema, na Zona Sul, vai transportar mais de 300 mil pessoas por dia, em 13 minutos, de acordo com o governo no estado. A previsão é de que a nova linha entre em fase de testes em dezembro de 2015 e comece a funcionar oficialmente a partir do primeiro semestre de 2016.
Enquanto a viagem da estação Jardim Oceânico, na Barra, à estação Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, levará 13 minutos e 15 segundos, da Barra até a estação General Osório, também em Ipanema, será feita em 15 minutos e 31 segundos, segundo estimativas do governo do estado.
Ainda de acordo com o governo do Rio, o trajeto do Jardim Oceânico, na Barra, ao Centro do Rio, na estação Carioca, terá duração de 34 minutos, e até a Central do Brasil será de pouco mais de 38 minutos. Já da Barra à Pavuna, no subúrbio, a viagem terá duração de 1h20, com transbordo na estação General Osório, uma hora a menos do que atualmente, com a utilização do metrô + integração.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Trajeto estratégico e alterações no trânsito
Para o secretário estadual Chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, a escolha do trajeto da Linha 4 do metrô foi baseada por uma questão estratégica. “Percebemos que levaríamos muito mais passageiros se fizéssemos as estações na orla da Zona Sul do que pelo Jardim Botânico. Enquanto nessas seis estações escolhidas serão transportadas mais de 300 mil passageiros, se o trajeto fosse pelo Jardim Botânico seriam menos da metade disso, cerca de 140 mil”, afirmou Fichtner. “Além disso, a orla da Zona Sul é uma região estratégica para a cidade, do ponto de vista econômico e turístico. Devemos priorizar o trajeto que leve mais pessoas”.
Ainda segundo Fichtner, a maior parte das estações dos metrô ficará no subsolo, com pouca interferência nas praças e ruas da Zona Sul, mas serão necessárias alterações no trânsito durante as obras. “Haverá, sim, a necessidade de fechamento de ruas e alternativas para o trânsito estão sendo estudadas com a prefeitura e a CET-Rio”, afirmou, acrescentando que essas alterações deverão ser divulgadas dentro de até duas semanas.
Um dos pontos que sofrerão com as mudanças é a região da Gávea, já que boa parte do estacionamento da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) terá de ser fechada durante a construção da estação do metrô no bairro, o que poderá causar impacto no trânsito do bairro e reflexos em bairros vizinhos da Zona Sul.
Ligação entre Jardim Oceânico e terminal Alvorada
Na Barra da Tijuca, o projeto original não prevê a expansão da Linha 4 do Jardim Oceânico, no início do bairro, e o terminal Alvorada, localizado numa área mais central do bairro. Para o secretário, enquanto essa ligação não é construída, o trajeto pode ser feito de forma mais rápida com a implantação dos BRTs (Bus Rapid Transit), que na Zona Oeste vai ligar a Barra e Campo Grande. “Imagino que o estado fará essa ligação (pela Linha 4) no futuro. Mas por enquanto o BRT faria essa conexão com a Linha 4, dando mobilidade à população daquela região”, disse o secretário.
“Definimos uma linha que fizesse mais sentido para a cidade com o orçamento de R$ 5 bilhões. Para todas as ligações necessárias para interligar a cidade seriam necessários uns R$ 40 bilhões. O próximo governo vai escolher a próxima expansão, que pode ser a ligação entre Gávea e Centro, que acho mais importante, ou o trajeto Jardim Oceânico-Alvorada”, avaliou Fichtner.
Licenças ambientais
Fichtner garantiu ainda que o governo tem licenças ambientais válidas para a realização das obras da Linha 4 do metrô desde a estação Jardim Oceânico, na Barra, até a Gávea. “Teremos uma audiência pública em meados de dezembro e acredito que até janeiro possamos obter as licenças ambientais do trajeto da Gávea até Ipanema. Lamento que o MP tenha entrado na Justiça contra as obras antes de ouvir o governo”, afirmou o secretário, em referência à ação civil pública proposta pelo MP, pedindo a suspensão das obras até que todo o processo de licenciamento ambiental seja com concluído.
Prazos
A partir de 2012, novos trens começarão a chegar e, até 2016, serão 66 em operação – mais do que o dobro do número atual, segundo o governo. O intervalo entre as composições – atualmente próximo a seis minutos – será reduzido para três minutos.
As obras tiveram início em junho de 2010 na Zona Oeste do Rio. E, segundo o governo, já são mais de mil metros de túneis escavados em direção a São Conrado.
A estação de São Conrado terá acessos próximos à Favela da Rocinha e será interligada ao teleférico que será construído na comunidade. “A estação do teleférico da Rocinha ficará ao lado da estação do metrô de São Conrado, o que promete melhorar as condições de transporte dessa população”, disse Fichtner.
De acordo com relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o custo das obras será de cerca de R$ 5,6 bilhões.
Pelo projeto, a Linha 4 ligará a estação da Praça General Osório, em Ipanema, a outras seis novas estações: Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema; Jardim de Alah, entre Ipanema e Leblon; Antero de Quental, no Leblon; Gávea; São Conrado; e Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. Com 14 quilômetros de extensão, a Linha 4 se conectará à Linha 1, passando por seis novas estações.
Seja o primeiro a comentar