A Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer ampliar o programa de concessões de estradas e ferrovias, apresentado pelo governo há duas semanas.
Em conjunto com parceiros regionais, a entidade apresentou um estudo que elenca 51 obras prioritárias em oito eixos de integração na região sul do país a um custo de R$ 15,2 bilhões. A CNI estima que seriam economizados cerca R$ 3,4 bilhões em custos logísticos, caso todas as obras saíssem do papel.
A iniciativa dos empresários se soma a outras demandas de obras regionais que passaram a ser defendidas por representantes dos estados e por parlamentares. No entanto, o governo não vê possibilidade de ampliar o número de projetos listados nesta primeira rodada de concessões de estradas e rodovias.
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“Estamos abertos a discutir e ajustar o programa onde for o caso, mas nosso cronograma de trabalho é apertado e temos que nos concentrar nos projetos já planejados”, afirma o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.
De acordo com a CNI, um total de R$ 4,3 bilhões de recursos para bancar o orçamento total dos projetos considerados prioritários ainda não tem origem de financiamento definida. Os projetos também não contam com os estudos de viabilidade econômico-financeira e sequer têm processo de licenciamento ambiental iniciado.
Ainda assim, segundo Figueiredo, os projetos apresentados serão importantes para dar continuidade ao programa de investimentos nos próximos anos. “O programa de concessões cria uma capacidade de trabalho grande e essa capacidade vai ter que se engajar também em outros projetos em seguida”, afirma. “O estudo da CNI é fundamental para articularmos o passo que teremos que dar.”
As propostas da CNI são bastante abrangentes. As 51 obras prioritárias fazem parte de um universo maior de 177 projetos que resolveriam os gargalos logísticos da região sul do país.
O documento aponta um custo total de R$ 70 bilhões para viabilizar todos os empreendimentos. Caso todos esses investimentos sejam realizados no médio e no longo prazos haveria economia de R$ 4,1 bilhões nos custos de transporte logístico.
Segundo o presidente da CNI, Robson Andrade, a competitividade da indústria é hoje a principal arma para combater cenários de recessão internacional. Mas enquanto o custo logístico nos Estados Unidos representa 8% da produção, no Brasil o percentual chega a 18%.
“No momento de enxugamento do mercado por conta da crise global, a competitividade é o principal diferencial”, diz.
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