A duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) é considerada pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira, como estratégica para o setor logístico brasileiro. A obra, que demanda investimentos totais de US$ 11 bilhões e abrange ainda o Porto de Ponta da Madeira, impactará a economia de 27 municípios na área de influência da ferrovia, sendo 23 no Maranhão e quatro no Pará.
Essa visão positiva de Murilo Ferreira acerca da importância da duplicação da ferrovia foi externada, na sexta-feira passada, durante sua participação na solenidade de entrega da restauração do prédio, onde será instalado o Museu da Língua Portuguesa – Maranhão.
O presidente da Vale disse que a obra proporcionará maior eficiência no transporte de cargas, o que irá gerar um aumento da capacidade da ferrovia dos atuais 130 milhões de toneladas de cargas por ano para 230 milhões de toneladas. “É, sem dúvida, uma obra estratégica para o país”, afirmou.
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Segundo o diretor-executivo de Logística da Vale, Humberto Freitas, a duplicação da ferrovia Carajás é um projeto estruturante e um dos maiores na área de logística no país e no mundo, que não somente elevará a capacidade de transporte, mas também impactará no aumento da balança comercial brasileira e na geração de emprego e renda. “Hoje, a obra está gerando 14 mil empregos nas áreas da ferrovia e do porto”, garantiu Humberto Freitas.
O projeto chegou a ser paralisado pela Justiça, que atendendo a ação movida pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Centro de Cultura Negra (CCN) e Conselho Indigenista Missionário (Cimi), suspendeu o processo de licenciamento ambiental da expansão.
Hoje, a Vale aguarda a concessão da Licença de Instalação por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar as obras, com exceção de um trecho de 60 km que já foi licenciado pelo órgão e que abrange os municípios de Santa Rita, Itapecuru-Mirim, Anajatuba, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas e Açailândia.
De acordo com o projeto de duplicação, na área de influência dos 27 municípios maranhenses e paraenses, serão implantados 559 km de novas linhas, em 47 segmentos. Serão construídos 45 novos viadutos rodoviários, 41 pontes e seis viadutos ferroviários, com melhoria e prolongamento de passagens de pedestres e veículos, além da instalação de cerca ou muro de proteção ao longo da faixa de domínio destinada à segurança da comunidade e das operações ferroviárias.
A Vale estima que o projeto de duplicação proporcionará o recolhimento de R$ 968 milhões em impostos federais, estaduais e municipais. Somente em PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), deverão ser recolhidos R$ 402 milhões. Do ISS, serão R$ 325 milhões; e mais R$ 205 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Social – O projeto também tem foco social e ambiental em benefício das comunidades localizadas nas áreas de influência da ferrovia. Serão implantados 29 programas ambientais para potencializar oportunidades e minimizar possíveis impactos criados pelas obras de implantação. Estão previstas ações nas áreas de saúde e educação.
Atualmente a EFC, que transporta principalmente minério de ferro, manganês, cobre e carga geral, tem 54 pátios de manobra ao longo de sua extensão usados como desvios na circulação dos trens. Com as obras de expansão – realizadas dentro da faixa de domínio de 40 metros de cada lado da linha férrea – os pátios de manobra serão interligados, permitindo que os trens circulem continuamente nos dois sentidos. Além dessa interligação, serão construídas novas pontes, viadutos, passagens de animais e melhoria da sinalização, contribuindo com a segurança das comunidades vizinhas à ferrovia.
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R$ 11 bi serão investidos na duplicação da Estrada de Ferro de Carajás. 230 mi de toneladas de cargas será a capacidade de transporte da ferrovia com o projeto de expansão.
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