Em visita a Campinas (SP) na noite desta quinta-feira (20), o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, disse que em 2013 o Governo Federal iniciará um estudo para avaliar se a cidade será a primeira a interligar projetos de expansão do Trem de Alta Velocidade (TAV).
O projeto original do TAV inclui Rio de Janeiro (RJ), Barra Mansa (RJ), Aparecida (SP), São José dos Campos (SP), Guarulhos (SP), São Paulo (SP), Jundiaí (SP) e Campinas. A expansão, prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), colocará o Triângulo Mineiro e Belo Horizonte (MG) na rota e o estudo pretende confirmar o potencial da cidade paulista para servir de saída para essa conexão.
A idéia é que o trem atinja 350 km/h e que a viagem dure no máximo 99 minutos entre Rio de Janeiro e Campinas. A previsão é que as obras comecem em 2014 e o prazo para iniciar o funcionamento está previsto para 2020.
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“Campinas tende a ser um hub importante desse serviço de trens de alta velocidade, inclusive, quase todos os investidores preveem a instalação das oficinas principais na cidade”, disse Figueiredo. Segundo ele, uma expansão da linha também está prevista para Curitiba (PR), mas o melhor ponto de saída ainda será avaliado.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), atualmente o TAV está em fase de audiências públicas. Nesta quinta-feira (20), ocorreu a penúltima delas em Campinas e o edital deve ser publicado no Diário Oficial da União em 31 de outubro. Ainda de acordo com a ANTT, a expectativa é que o trem esteja 100% operacional em 2020.
O primeiro edital lançado para consórcios interessados no TAV não obteve sucesso. Figueiredo associa o fracasso a maneira na qual a proposta foi lançada, unindo tecnologia e infraestrutura, o que obrigou a junção de empresas setores distintos – com riscos diferentes para execução do projeto – a dividirem riscos desiguais.
Dessa vez, serão dois editais, um para tecnologia e outro para infraestrutura. Com esse modelo, o presidente acredita que o problema não ocorrerá novamente. “A separação atrai mais porque quem vai participar desse evento agora vão ser as empresas de tecnologia e eles vão assumir um risco que conhecem”.
Segundo ele, todos se mostraram favoráveis a ideia de divisão e a aposta é que pelo menos seis grupos se interessem pela disputa da concessão, marcada para maio de 2013.
Posterioremente, em um segundo edital, que deve sair até o fim do ano que vem, a disputa será entre empresas de construção civil, para fornecimento da infraestrutura do trem.
De acordo com Figueiredo a EPL será sócia da empresa que vencer o leilão para operar o TAV e fará o projeto de infraestrutura. Além disso, de acordo com o presidente, ela irá explorar os negócios associados ao trem.
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