“Com o funcionamento pleno dessas sete locomotivas, a MRS vai conseguir quadruplicar a movimentação de carga na cremalheira, de sete para 28 milhões de toneladas/ano, tirando 2 mil viagens de caminhão das estradas”, disse, nesta quarta-feira (20/02), o presidente da MRS, Eduardo Parente, durante a solenidade de entrega das primeiras duas locomotivas de cremalheira da Stadler suíça. “Vai aumentar também o transporte de contêineres dos atuais 60 mil TEUs (contêineres de 20 pés) para 1,5 milhão de TEUs/ano”, revelou. Nesse caso, o presidente se referia ao resultado conjunto das locomotivas Stadler, mais o Terminal Intermodal do Porto de Santos (TIPS) – atualmente em construção pela Contrail, além de outros cinco pátios no planalto e na baixada previstos no mesmo projeto Contrail, e dos ferroanéis Norte e Sul. É muita coisa, mas nada que pareça irrealizável à operadora e a seus parceiros EDLP e Banco BTG-Pactual.
Presente na ocasião, o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, garantiu que o edital do Ferroanel Norte sai até junho, e que todas as questões entre o governo de São Paulo e o governo Federal estão sendo resolvidas. “Não haverá mais trens de carga dentro de São Paulo”, disse ele. Era tudo que o presidente da CPTM, Mario Bandeira, também presente, queria ouvir. E o ministro Paulo Sergio a resumir: “é muito bom quando o governo propõe e a iniciativa privada acompanha”.
Presente também, o presidente da AmstedMaxion, Ricardo Chuahy, estava orgulhoso do protótipo do vagão penta-articulado que está oferecendo à MRS e à Contrail. A decisão de compra ainda não está tomada, à espera que o concorrente Randon finaliza o seu protótipo. O vagão da Maxion já foi testado e aprovado, com assistência dos engenheiros americanos da Greenbrier, que desenvolveram o equipamento nos EUA.
As três locomotivas que estão faltando para completar a frota de sete chegarão em abril, pelo porto da Usiminas, em Cubatão (SP), “onde não tem greve”, segundo Udo Zarpentin, diretor da Fracht do Brasil, que faz o transporte desde a fábrica da Stadler em Bussnang, na Suíça.
Segundo Peter Spuhler, CEO da Stadler, a empresa está neste momento procurando um associado no Brasil para agregar conteúdo nacional aos VLTs e trens regionais que fabrica na Europa. “O mercado no Brasil é muito grande, e nós somos capazes de atender a demanda por transporte de passageiros. Ganhamos recentemente uma licitação no metrô de Berlim e, na semana passada, uma outra para fornecer trens para ligar os três aeroportos de Moscou”.
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