A Justiça de Mendoza ordenou, nesta quinta-feira, que a Vale não retire as máquinas do projeto de potássio Rio Colorado, segundo o jornal “La Nación”, citando um comunicado do governo da província. A decisão foi tomada pela 5ª Câmara do Trabalho, em resposta a uma ação proposta pela União de Operários da Construção (Uocra, na sigla em espanhol) para que postos de trabalho sejam mantidos.
A Justiça determinou que a mineradora “se abstenha de realizar atos físicos e/ou jurídicos que impliquem em desmantelar instalações, retirar ferramentas, máquinas e demais elementos de trabalho e/ou qualquer outro ato que altere a situação e/ou o direito existente no momento da presente medida em relação ao projeto de mineração instalado em Malargüe”, destacou o governador, Francisco Perez, em comunicado.
O empreendimento previa investimento de US$ 6 bilhões e cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos. Cerca de 6.500 pessoas haviam sido contratadas pela Vale e suas empreiteiras para executar o projeto, que contemplava a extração de potássio, seu transporte em ferrovias e seu embarque em portos argentinos para exportação ao Brasil.
Uma elevação vertiginosa de custos, travas cambiais, uma queda no preço global do potássio e a decisão de concentrar seus negócios no minério de ferro, do que a Vale é a primeira produtora mundial, levaram a empresa a suspender o projeto.
Com o abandono, pela mineradora Vale, do projeto de potássio de Rio Colorado, na Argentina, a construtora Andrade Gutierrez teria iniciado os preparativos para suspender suas atividades no país, segundo o diário argentino de negócios “El Cronista”. O jornal afirma, sem citar fontes, que os trabalhos da construtora no terminal de Bahía Blanca, que serviria para escoar a produção, foram paralisados em janeiro.
“A Andrade Gutierrez iniciou um processo de desmantelamento de acordo com a da Vale”, afirmou o diário argentino, destacando que apenas as obras do terminal representam 800 postos de trabalho.
A Andrade Gutierrez negou a informação.
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