Dilma confia em acordo entre Vale e a Argentina

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira confiar que a mineradora brasileira Vale chegará a um acordo com as autoridades da Argentina, onde a empresa suspendeu um milionário investimento que poderia provocar milhares de demissões.


Dilma manteve nesta quinta-feira uma prolongada reunião com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na Casa Rosada, em Buenos Aires, na qual as mandatárias e ministros analisaram disputas comerciais e investimentos entre as duas maiores economias sul-americanas.


A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, comoveu o governo da Argentina, cuja economia enfrenta uma deterioração, quando em março anunciou a suspensão de um projeto de exploração de potássio na província de Mendoza que previa investimentos de 6 bilhões de dólares.


“O diálogo é o melhor caminho para encontrar soluções. Por isso temos a convicção de que a empresa brasileira Vale … encontrará um caminho para construir o melhor acordo possível com as autoridades da Argentina”, disse Dilma em uma breve declaração após a reunião.


“Ampliar o comércio, ampliar investimentos, também os fluxos financeiros”, acrescentou Dilma ao falar sobre os objetivos do Brasil em relação à Argentina.


A negativa de Buenos Aires de atender alguns pedidos da empresa, como uma melhora no tipo de câmbio e exonerações fiscais, terminou privando a Argentina de um dos maiores investimentos estrangeiros de sua história. O projeto de potássio Rio Colorado enfrentou um vertiginoso aumento de custos devido a uma elevada inflação no país.


Empregos de milhares de pessoas estão ameaçados e estão mantidos até agora por medidas de emergência do Ministério do Trabalho argentino.


“Revisamos toda a relação bilateral, a nossa agenda comercial, em matéria de investimentos, desenvolvimento, financiamento”, disse a presidente da Argentina, Cristina Kirchner. “Foi uma jornada extensa e produtiva”, acrescentou.


A relação entre os dois vizinhos e principais sócios do bloco econômico Mercosul se deteriorou no ano passado quando a Argentina introduziu travas comerciais que prejudicaram principalmente as exportações brasileiras.


Autoridades diplomáticas e comerciais do Brasil se queixaram de “desvios de comércio” que acabaram beneficiando produtos asiáticos. A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, mas o principal mercado para os produtos manufaturados brasileiros.


Dilma e Cristina disseram que técnicos de ambos os países farão novos encontros na semana que vem em Montevidéu, no Uruguai, para concluir acordos.


As presidentes também saudaram as recentes eleições presidenciais de Horario Cartes, no Paraguai, e de Nicolás Maduro, na Venezuela.


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