O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, questionou publicamente ontem o último comunicado da Vale, no qual a empresa confirmou a decisão de suspender o projeto de exploração de potássio Rio Colorado, na província argentina de Mendoza. Em visita a Buenos Aires, Garcia considerou “um absurdo” e “uma desatenção enorme” a divulgação da nota da mineradora, já que “existia uma proposta muito aceitável colocada sobre a mesa”.
O assessor referiu-se ao conflito entre a Vale e o governo argentino, deixando claro que o governo brasileiro não tem participação nas negociações.
— Fizemos um esforço muito grande para se chegar a um acordo. Mas se trata de uma empresa privada e o governo brasileiro não vai participar — comentou Garcia.
Durante a última visita da presidente Dilma Rousseff à capital argentina, na quinta-feira passada, autoridades do governo argentino e da província de Mendoza explicaram ao governo brasileiro a proposta apresentada à Vale.
O documento é confidencial e nem mesmo a embaixada brasileira em Buenos Aires conhece detalhes da oferta, considerada “aceitável” por Garcia.
Para o Brasil, a empresa ainda não deu uma resposta definitiva, embora já tenha deixado clara sua decisão de abandonar o país, anunciando um acordo para demitir os cerca de 6 mil funcionários diretos e indiretos.
— A Vale tem uma proposta para ser discutida no momento devido — enfatizou Garcia.
Ele lembrou que o governo é favorável a um entendimento.
— Esperamos um acordo, porque haveria uma estabilidade de oferta e a produção seria escoada para o Brasil.
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