O projeto elaborado pela Assembleia Legislativa que prevê a ligação ferroviária entre os estados de Mato Grosso e Pará será apresentado, no próximo mês de agosto, ao ministro dos Transportes, César Borges.
O deputado estadual José Riva (PSD) solicitou que o senador Jayme Campos (DEM) articule uma reunião dos parlamentares dos dois estados no ministério, para que seja detalhada a proposta da ferrovia.
“Para abrir uma nova concessão ferroviária, é necessária a inclusão do traçado no Plano Nacional Ferroviário. Por isso, pedimos ao congressista que intermedeie esse encontro em Brasília para apresentarmos o projeto da Assembleia Legislativa. Trabalhamos há dois anos nesta proposta, é um processo burocrático, mas estamos confiantes, pois trata-se de alternativa para o escoamento da produção de Mato Grosso e Pará, resultando em melhorias na logística do país”, disse Riva.
O projeto de ligação ferroviária MT/PA foi elaborado no gabinete do deputado Riva, com traçado partindo de Água Boa (730 km a Nordeste de Cuiabá) até Barcarena, no Nordeste do Pará.
Também é analisada a possibilidade de a ferrovia seguir do município mato-grossense até Marabá, no Ssudeste do Pará.
A ligação com o nordeste seria viabilizada com a construção de dois ramais, um até o porto de Vila do Conde (Barcarena) e outro até o porto de Espadarte (em Curuçá), que está em projeto de implantação. Lideranças políticas e empresariais de Sorriso (420 km ao Norte da Capital) solicitaram a inclusão do município na ferrovia por meio de um ramal.
Segundo o parlamentar, Mato Grosso tem potencial a ser explorado e com maior investimento em logística, o retorno será imediato. Em função disso, acredita, inclusive, que a presidente Dilma Rousseff (PT) vai encampar a idéia da ferrovia MT/PA.
“Precisamos de logística para chegar aos portos e, assim, o Estado terá condições de competir com outros entes da federação que estão em condições privilegiadas, como São Paulo e Paraná. Essa competição tão esperada, só será possível se apostarmos na ferrovia MT/PA, que tem conexão com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), a partir de Água Boa e com a Ferrovia Norte-Sul, que tem ligação através de Marabá (PA). Relativo à Ferronorte, a competitividade de mais de uma linha ferroviária melhoraria o preço do frete em todo o estado. Também devemos enfrentar a discussão sobre a hidrovia”.
Riva explicou que Mato Grosso não pode ficar preso a um projeto ferroviário elaborado pelo Governo Federal; por isso, conduziu o projeto ferroviário.
No total, mais de 20 municípios de Mato Grosso e Pará serão beneficiados com o traçado ferroviário de 1,6 mil km de trilhos, melhorando a qualidade de vida de mais de dois milhões de pessoas.
“Com certeza, essa obra é viável e representará a mudança no fluxo de caminhões no Brasil. Todos, atualmente, descem pelo Sul, não tem estrada que aguente este grande tráfego, e isso está asfixiando a logística do país. Este novo projeto fará com que Mato Grosso tenha um corredor de alto desenvolvimento, independente e eficiente”, disse Riva.
Os estados intensificam os trabalhos para viabilizar a construção da ferrovia. Em abril deste ano, comitiva mato-grossense liderada por Riva apresentou o projeto ao governador do Pará Simão Jatene (PSDB) e ao presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Márcio Miranda (DEM).
Os paraenses já cogitam fazer empréstimo de R$ 1 bilhão, junto a instituições financeiras, para viabilizar o traçado ferroviário.
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