O trecho da ferrovia de Campinas (SP), no Jardim Florence 2, onde um motorista morreu na manhã deste sábado (7) após ser atingido por uma locomotiva, é uma travessia clandestina segundo a Prefeitura e a América Latina Logística, que administra os trilhos. Moradores admitiram o uso indevido do local para encurtar caminho.
Laercio Eugênio de Almeida, de 66 anos, morreu no momento em que tentava atravessar. O acidente ocorreu por volta das 9h. O carro atravessava a linha férrea, quando foi acertado pelo trem da América Latina Logística. Com a colisão, o veículo foi arremessado e acertou outro carro, que estava parado e vazio.
“Ele estava vindo e acredito que ele não viu o trem. Quando ele viu o trem estava muito próximo ele buzinou, mas o trem pegou na traseira do carro e ele rodopiou. Uma peça atingiu o meu carro”, disse a operadora de caixa Camila Lima.
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Sobre a movimentação de pessoas pelos trilhos, outros moradores admitem que o uso da travessia irregular é um hábito para os pedestres e para os motoristas. “É caminho para todo mundo do bairro. É irregular mas desde que eu moro aqui, há 17 anos, eu faço esse caminho. Já faz parte da rotina”, conta o coordenador de telemarketing Felipe Silas.
Prefeitura e ALL
Por meio da assessoria de imprensa, a Emdec informou que tanto o trilho como a chamada área de domínio, que corresponde a dois metros para cada lado às margens da linha, são de responsabilidade da ALL. Apesar disso, a Prefeitura afirma que está em andamento um estudo de toda a malha férrea da cidade para que sejam identificadas e coibidas essas passagens irregulares.
A ALL informou em nota que faz campanhas constantes para alertar a população sobre os riscos de atravessar em áreas que não são apropriadas para o trânsito de pessoas. A empresa informou, ainda, que para oficializar uma passagem de nível, a Prefeitura deve solicitar à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A América Latina Logística afirmou, por fim, que se esforça para fechar todas as passagens irregulares, mas infelizmente os próprios moradores reabrem essas passagens.
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