O governo do Distrito Federal informou que está entrando nesta segunda-feira (7) com proposta de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho para discutir as questões relacionadas à greve dos metroviários, que já dura quatro dias. Diretora do sindicato da categoria, Tânia Viana, a ação não surpreende.
“A maioria dos benefícios que os metroviários têm vieram de dissídio coletivo. Para nós, isso não é um problema”, disse. “A gente não vê benefício para a população. Preferiríamos que houvesse uma discussão séria. O dissídio pode ser decidido em um dia, dois ou três. Enquanto isso, a greve continua.”
A paralisação teve início às 0h de sexta-feira (4). A categoria reivindica correção das distorções salariais do plano de carreira, redução da jornada de trabalho para seis horas, reajuste salarial de 10%, previdência complementar e aumento da quebra de caixa da bilheteria.
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Segundo o secretário de Relações Intersindicais do Sindicato dos Metroviários do DF, Dione Aguiar, a companhia interrompeu as negociações e negou quase todos os pedidos da categoria.
“Foram intransigentes o tempo todo. Na última reunião, ficaram de reunir para entregar a proposta e nem quiseram registrar em ata. Dos 43 itens [pedidos da categoria], só concederam o de INPC e os auxílios. INPC é reposição, que é um direito que a gente tem. Os demais itens foram negados todos”.
Ele diz que o acordo coletivo em vigência é de 2013 e previa a discussão de cláusulas econômicas a partir de março de 2014. “A categoria já reprovou isso que eles chamam de proposta. Foi feita uma assembleia domingo [30] e a categoria rejeitou. Se não houver nenhuma proposta, o cenário é esse, a partir da 0h de sexta estaremos em greve.”
De acordo com o sindicato, o sistema conta hoje com 1.080 funcionários sendo 600 do setor operacional. Ao todo, 160 mil pessoas utilizam diariamente este tipo de transporte.
Segundo o Metrô-DF, a companhia está cumprindo integralmente o acordo coletivo de trabalho, firmado junto ao sindicato, com vigência até março de 2015. A empresa disse que apresentou uma contraproposta à categoria, que será retirada em caso de greve.
Entre as propostas feitas pelo Metrô-DF estão reajuste salarial e de benefícios com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), aumento de gratificação adicional de quebra de caixa de 70 para 100 bilhetes e implantação de plano de previdência complementar até 31 de março de 2015. A companhia também diz que mantém conversas semanais com o sindicato para criar um termo aditivo ao acordo vigente.
‘Plano de contingência’
Na áltima quarta-feira (2) o Metrô divulgou um plano para minimizar os transtornos à população. Dez estações foram fechadas para embarque e sete trens rodam nos horários de pico.
A empresa informou que todas as 24 estações estarão abertas para desembarque de passageiros. O horário de funcionamento será normal, das 6h às 23h30, de segunda a sábado, e das 7h às 19h, aos domingos e feriados. O Metrô diz que já solicitou ao DFTrans reforço da frota de ônibus.
As estações fechadas para embarque são 102 Sul, 108 Sul, 112 Sul e Asa Sul, no Plano Piloto, Feira, no Guará, Concessionárias, em Águas Claras, Centro Metropolitano e Taguatinga Sul, em Taguatinga, Guariroba, em Ceilândia, e Samambaia Sul, em Samambaia.
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