Os trens do Metrô do Distrito Federal começaram a circular por volta de 8h nesta quarta-feira (2), depois que técnicos terminaram os testes para verificar se a linha conseguiria suportar a operação. A atividade começou com duas horas de atraso – até então, as 24 estações estavam fechadas. O problema foi provocado por um curto-circuito que derreteu cabos e provocou pane elétrica no sistema ainda na terça, desenergizando os trilhos entre a Asa Sul e a Rodoviária do Plano Piloto. A empresa não descarta novos bloqueios ao longo do dia.
De acordo com a empresa, técnicos passaram a terça-feira fazendo reparos na linha, mas precisarão estendê-los até a próxima madrugada. O sistema é abastecido por três subestações, e uma delas parou de funcionar após um curto-circuito na segunda-feira. O diretor de Operações, Fernando Sollero, afirmou que as causas ainda não foram identificadas.
“Cabos ficaram derretidos e uma das nossas três subestações parou de funcionar. Puxamos energia de Águas Claras [uma das unidades] para abastecer o sistema. Nossa maior urgência agora é prestar atendimento à população, é voltar a rodar”, disse ao G1.
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Por volta das 6h50,o primeiro trem deixou a Estação Águas Claras. Ele estava vazio e chegou a parar nos trilhos, mas depois continuou o trajeto. As estações prosseguiam fechadas por causa da manutenção. Por volta de 7h30, os técnicos iniciaram a injeção do sistema para dar início à operação.
Na Estação Terminal Asa Sul, os bilhetes não estão sendo cobrados. A unidade funciona à base de gerador, por causa do problema com a subestação. O movimento era pequeno às 9h24.
Para evitar maiores transtornos aos passageiros, o DFTrans enviou na terça ônibus para a Estação Terminal Asa Sul para transportá-los conforme o trajeto do Metrô – da Asa Sul até a Rodoviária do Plano Piloto. Os usuários não precisaram pagar pelo serviço.
Mas, apesar dos veículos extras, passageiros reclamaram da falta de informações e do transtorno causado pela interrupção do serviço e prefeririam pagar passagem de ônibus para chegar ao destino. Na volta para casa, quem estava na rodoviária do Plano enfrentou muitas filas.
A pediatra Juliana Silveira, de 36 anos, chegou desesperada à estação Asa Sul. Após se deparar com portas fechadas na Estação 114 sul, ela afirmou ter aguardado por quase uma hora um ônibus que a levasse para Taguatinga.
“Cheguei na estação e tinha um papel escrito a mão, falando que o metrô estava sem funcionar por tempo indeterminado. Estou desesperada porque estou indo dar plantão no hospital e entro as 19h”, afirmou por volta das 18h30.
Juliana disse que teve de pegar um táxi para chegar ate a estação. “Falta de informação. Um absurdo. Cheguei a pensar em ir para Taguatinga de táxi, mas o motorista disse que não chegaria a tempo”, afirmou. “Isso traz transtorno para o trabalho. Pode ser que eu leve falta mesmo trabalhando por causa do atraso. Um absurdo”, disse.
De acordo com o Metrô, o problema aconteceu depois do rompimento de um cabo de energia durante a obra de revitalização do viaduto da L2 Sul. A situação acabou provocando sobrecarga na Estação Águas Claras, que desde então ficou responsável por energizar todo o tronco de linhas do Plano Piloto.
O Metrô recebe diariamente cerca de 140 mil passageiros. A estação com maior fluxo é a da Rodoviária do Plano Piloto, por onde passam 20 mil pessoas por dia. O horário de funcionamento em dias normais é entre 6h e 23h30.
Manutenção
No final do mês passado, o Metrô fechou, pela segunda vez, contrato emergencial com o Consórcio Metroman para realização dos serviços de manutenção preventiva e corretiva do sistema para o período de seis meses. A contratação, de R$ 48 milhões, foi publicada no Diário Oficial.
O consórcio, formado pelas empresas Serveng-Civilsan e MGE, é investigado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por suspeita de formação de cartel com a Alstom para as obras de manutenção do Metrô de São Paulo e do DF. Até o início de 2013, o consórcio era formado pelas empresas Siemens e Serveng-Civilsan.
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