A integração entre prefeituras e o Governo do Estado do Rio será um dos grandes desafios para melhorar a situação do transporte público no Rio, segundo o futuro secretário de Transportes do Estado, Carlos Roberto Osório, que assume o cargo no dia 1° de janeiro. De acordo com ele, será estabelecido um diálogo permanente com as prefeituras para encontrar as melhores soluções para o transporte público no Estado.
“O governador Luiz Fernando Pezão solicitou que a secretaria analisasse junto com os prefeitos das cidades do interior quais melhorias podem ser feitas, o apoio que a secretaria pode dar na questão do trânsito para esses prefeitos”, garantiu Osório em entrevista ao Bom Dia Rio na manhã desta terça-feira (16).
Para o futuro secretário, a integração do Governo do Estado com os municípios será fundamental para reduzir o problema do transporte no Rio. “Na Região Metropolitana nós temos 19 municípios, cada um pensando apenas no seu quadrado, como diria na linguagem popular. Qual é o nosso desafio? Fazer com que haja uma verdadeira integração dessa Região Metropolitana”, afirmou Osório, que pretende implementar, junto com as prefeituras, medidas operacionais simples, que não demandem grandes investimentos, e que façam melhorar o fluxo de passageiros.
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Para viabilizar o trabalho de integração, o Governo do Estado criou uma coordenadoria para a Região Metropolitana. “O desafio é a compreensão de que todos juntos funcionamos melhor do que separados. Não é possível a gente imaginar uma solução para a cidade do Rio de Janeiro sem envolver a Baixada, sem envolver Niterói e São Gonçalo. Ninguém funciona como uma ilha”, garantiu Osório, ressaltando que a parceria não acontecerá apenas com recursos, mas com o operação e a presença do agente público nas ruas.
Segundo Osório, o crescimentos dos automóveis particulares não aconteceu apenas na Região Metropolitana. Cidades médias e até cidades pequenas sofrem atualmente com congestionamentos e também haverá integração com essas prefeituras. “Uma coisa importante com relação ao interior é a avaliação das ligações de ônibus intermunicipais para que a gente possa servir melhor a alguns municípios que têm deficiência de transporte”, destacou.
Apesar de admitir que ainda há déficit no setor de transporte, Osório destacou que é preciso reconhecer que muitas melhorias ocorreram ao longo dos últimos oito anos. “Os números de transportes de trens, metrô e barcas e dos próprios ônibus intermunicipais cresceram muito ao longo dos últimos anos. Porém, todos nós sabemos que ainda não estamos no patamar que nós queremos. O grande desafio agora é receber os novos investimentos. Acabou a litargia do poder público enfrentar essa questão do transporte”.
PDTU sugere medidas para evitar colapso em 2021
De acordo com um estudo da Secretaria Estadual de Transportes sobre a mobilidade urbana na Região Metropolitana do Rio, diversas medidas devem ser adotadas para que não haja um colapso no trânsito até 2021.
Os trens urbanos circulam por 270 quilômetros ligando a Baixada à Capital. De acordo com o Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDTU), é preciso que três novas linhas sejam implantadas. Uma de Costa Barros à Japeri, outra de Deodoro a Duque de Caxias e uma de Nova Iguaçu a São Bento, também em Duque de Caxias.
Nos trilhos do metrô, o maior desafio é aumentar a rede. O PDTU propõe a ampliação da linha um da estação Uruguai até o Méier e o Engenhão e a criação de uma ligação na Linha 2 entre o Estácio, a Carioca e a Praça XV. O plano sugere ainda a criação da Linha 3 – que liga Niterói a São Gonçalo. A única que está saindo do papel é a Linha 4. Mas para 2021, os técnicos recomendam que ela não se limite ao Jardim Oceânico e chegue ao Terminal Alvorada e ao Recreio. E que seja expandida da Gávea para o Largo da Carioca.
Outro projeto que está em andamento é o VLT no Centro do Rio. Mas o novo estudo sugere mais um VLT de Santa Cruz a Itaguaí, aproveitando o mesmo trajeto onde no passado havia uma linha regular de trens.
A maior novidade dos transportes dos últimos anos foi o BRT. Juntas, Transcarioca e Transoeste levam hoje mais de 9 milhões de passageiros por mês. A Transolimpica deve ser inaugurada até 2016. As obras da Transbrasil já começaram. O PDTU recomenda a abertura de outras 6 linhas cortando a Região Metropolitana do Rio.
Nos caminhos pela Baía de Guanaraba, duas novas rotas. Do Centro do Rio e da Ilha do Governador em direção a São Gonçalo. Mas ainda não se sabe nem se esse projeto é viável tecnicamente. O número de embarcações também precisa aumentar.
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