Exportadoras evitam queda maior da bolsa

A Bovespa ameaçou perder o piso de 48 mil pontos ontem, diante da pressão sobre as três principais ações do Ibovespa – Itaú, Bradesco e Ambev -, mas os ganhos de Vale e exportadoras, de carona na forte alta do dólar, evitaram uma queda maior da bolsa brasileira.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,56%, aos 48.239 pontos, depois de registrar mínima de 47.841 pontos (-1,38%). O volume somou R$ 6,972 bilhões. Itaú PN caiu 1,90%, seguida de Bradesco PN (-2,69%) e Ambev ON (-0,77%).

Analistas não apontaram motivos para a correção nos papéis dos bancos privados. Um operador acredita que o movimento está relacionado ao vencimento de índice futuro e opções sobre Ibovespa, que acontecerá na quarta-feira de Cinzas. “Se você quer derrubar o índice, essas são as três ações de maior peso”, lembra a fonte.

No caso de Ambev, o Credit Suisse alertou que a possibilidade de racionamentos de água e energia podem afetar as vendas da companhia de bebidas. “Se os bares precisarem desligar refrigeradores, sofrerem de falta de água ou simplesmente precisarem fechar temporariamente, nós achamos que o impacto nos volumes de venda serão piores do que o mercado está precificando”, afirmou o banco.

Petrobras PN (1,23%) e ON (0,22%) fecharam em terreno positivo, mas chegaram a cair no meio da tarde, após informação de que houve uma explosão no navio-plataforma Cidade de São Mateus, a 60 quilômetros da costa do Espírito Santo. Três funcionários morreram e 15 ficaram feridos.

Na contramão dos bancos privados, Banco do Brasil ON subiu 1,10%, após divulgar lucro líquido contábil de R$ 2,959 bilhões no quarto trimestre, o que representou queda de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já BM&FBovespa ON caiu 3,76% e ficou entre as maiores baixas do dia, após a empresa da bolsa divulgar lucro líquido de R$ 232,4 milhões no quarto trimestre de 2014, um crescimento de 27,6% em relação ao mesmo período de 2013.

Do lado positivo do Ibovespa ficaram as exportadoras e empresas com receitas atreladas ao dólar, embaladas pela forte alta da moeda americana, que bateu na casa dos R$ 2,87. Foi o caso de Vale PNA (2,87%), Gerdau PN (3,28%), Fibria ON (3,30%) e Suzano PNA (5,22%).

Além disso, a Vale confirmou anteontem que o governo chinês cancelou a proibição para atracação de navios de grande porte nos portos do país, medida que afetava operações da empresa. No topo do Ibovespa ficou ALL ON (13,83%). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou com restrições a fusão entre ALL e Rumo. Com a operação, a ALL se torna subsidiária integral da Rumo, que manterá como principal acionista individual a Cosan. A Cosan Logística ON teve alta de 8,80%.

O Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, antecipou há uma semana a tendência de o Cade aprovar a fusão com restrições comportamentais. Os remédios antitruste envolvem uma cota máxima fixa para utilização da ferrovia por parte da Cosan, até que os investimentos prometidos pela empresa sejam realizados.

No caso do açúcar, esse teto foi fixado com bases nos volumes transportados atualmente. Outra restrição envolve a garantia de participação mínima de 45% para os concorrentes da nova empresa nos terminais da companhia no porto de Santos.

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