Fornecedores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM) foram avisados por escrito para interromper suas atividades. O texto,
cujo assunto é “suspensão temporária do contrato”, determina paralisação dos
serviços a partir de terça-feira e diz se basear no decreto estadual 61.061, de
15 de janeiro, editado para “equilibrar” as despesas.
O Estado apurou que empresas subcontratadas já começaram a
demitir funcionários em decorrência disso. “O maior temor é a fuga de
engenheiros especializados, que agora vão procurar empregos em outros Estados e
até fora do Brasil”, afirma um técnico.
Nos bastidores, a certeza é de que vão atrasar as obras de
instalação dos chamados CBTC, um sistema de controle de trens. Inicialmente, o
prazo para a colocação desse novo sistema em todas as seis linhas da CPTM era
meados de 2016. Agora, os engenheiros estimam que as obras só acabem em 2017.
Com isso, os intervalos entre os trens continuarão elevados (maiores que os do
Metrô), até mesmo nos horários de pico, mantendo a superlotação.
As cartas de suspensão temporária dos contratos, assinadas
pelo gerente de Implantação de Sistemas da CPTM, Sergio Ceribelli Madi, não
especificam quando os serviços devem ser retomados.
Obras. O Estado esteve na Linha 13-Jade, ramal da CPTM
que seguirá até Guarulhos. Em um dos quatro lotes, o 2, não há trabalhadores em
serviço em um percurso de 2 km, entre a Várzea do Rio Tietê e a Rodovia
Presidente Dutra.
A reportagem visitou ainda a Linha 17-Ouro do Metrô, o
monotrilho que ligará o Aeroporto de Congonhas à zona sul, e ouviu de operários
que, nas últimas semanas, colegas foram mandados embora. “O que está
acontecendo é menos serviço. Às vezes, não temos o que fazer. O pessoal anda
falando que vai ter corte”, disse um dos trabalhadores.
O governo do Estado confirma a suspensão de 38 dos 252
contratos da empresa, mas nega que haja paralisação dos serviços em qualquer um
dos lotes. Também nega a lentidão na Linha 17.
Seja o primeiro a comentar