Representantes da oposição elogiaram ontem a decisão do governo federal de lançar um novo pacote de concessões. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo, defendeu o Programa de Investimento em Logística (PIL) como forma de estimular a geração de emprego e a atividade econômica.
“No que depender de nós, vamos ajudar. É importante para o Brasil”, afirmou o tucano, em meio a um périplo por Brasília. “É uma correção de rota do governo federal, que tem que priorizar investimento em logística e infraestrutura e liberar os financiamentos para os Estados poderem dar a contraprestação de PPPs [Parceria Público ¬Privadas], que estão paradas desde o ano passado.”
O governador disse que o programa é “um esforço positivo”, num momento de grave crise, já com o desemprego preocupando, especialmente para jovens, e a economia “esfriando”. Já o economista e ex-¬presidente do Banco Central Armínio Fraga avaliou que o programa é positivo por tentar atrair investimentos para o país.
“O programa é ben¬vindo. É uma área muito carente de investimentos e eu torço para que possa dar resultados”, disse Armínio, após participar de seminário em Brasília. “As inovações que estão sendo discutidas falam sobre exigir cofinanciamento do setor privado, que é uma proposta minha muito antiga e de outros também. Acho correta. Mas tem que ver qual vai ser a dosagem e como vai ser feita essa transição.”
Ele também elogiou a abertura de dados dos empréstimos, o que, segundo o economista e ex¬integrante da campanha do tucano Aécio Neves à Presidência em 2014, vai “permitir em algum grau a avaliação do resultado disso tudo”. “São subsídios vultosos. O governo tem que medir resultados até para saber o que está dando certo, o que está dando errado.”
Para o senador José Serra (PSDB¬SP), “e melhor o governo fazer algo do que não fazer nada”, mas disse que “estão copiando o que os governos do PSDB fizeram em São Paulo, inclusive o meu, e que eles atacavam ferozmente.” Segundo o senador, “deixaram passar pelo menos dez anos antes de fazer o certo, o que atrasou irremediavelmente as obras de infraestrutura no país” e agora estão “exagerando, inflando os números duas ou três vezes, incluindo obras malucas, no estilo¬trem bala”.
O senador Aécio Neves (PSDB¬MG), por sua vez, fez duras críticas à iniciativa do governo. Para ele, “há uma crise de confiança a impedir que os agentes econômicos, que os investidores venham a ser parceiros de um governo no qual não confiam”.
Parlamentares de partidos aliados que participaram da cerimônia aprovaram o pacote. Para o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT¬MS), a volta da outorga para ferrovias e portos é um avanço. “Os leilões por menor preço de tarifa continuam a existir, ficam como opção. Mas o que se verificou na primeira fase do PIL é que as empresas mergulhavam o preço da tarifa para ganhar e depois não conseguiam fazer os investimentos”, disse o petista.
O senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB, foi outro a apoiar o modelo escolhido. “No momento de dificuldade, em que só se fala de crise, crise, crise, um programa de investimentos deste tamanho cria um novo alento para a economia”, disse.
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