O Ministério Público Federal de Jales (SP) recomendou que o Ibama reveja a licença ambiental dada para as obras de ampliação da Ferrovia Norte Sul na região noroeste paulista. Um inquérito do MPF, que acompanha os trabalhos, constatou que a empresa responsável fez intervenções potencialmente poluidoras em adutoras de vinhaça, que é um resíduo do processamento da cana de açúcar.
A procuradoria levou em conta a representação de uma usina de Fernandópolis (SP), que diz que o projeto de desvio dos dutos, em dois pontos, não está de acordo com as exigências ambientais. O material usado seria inadequado para o transporte do líquido corrosivo que pode poluir rios em caso de rompimento.
O MPF diz ainda que os documentos apresentados ao Ibama, durante o processo de pedido de licença ambiental, não previam a realização de obras de desvio de adutoras de vinhaça, e isso pode suspender ou cancelar a licença.
O Ibama tem 20 dias para apresentar a reavaliação. A Valec, empresa pública ligada ao Ministério dos Transportes, responsável pela obra, informou que recebeu a notificação e que vai, dentro do prazo estipulado, dar explicações ao Ministério Público Federal. A extensão sul da ferrovia começa em Ouro Verde (GO) e termina em Estrela D’Oeste (SP).
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