Foi suspensa a desocupação de uma área localizada próximo a
antiga rede ferroviária no município de União dos Palmares que estava prevista
para esta terça-feira (20).
O Grupo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar estava
no local para cumprimento da ordem judicial, mas informou que não havia
máquinas para a derrubada dos imóveis.
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A Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), na condição de
concessionária do serviço público de transporte ferroviário de cargas, disse
estar trabalhando em adotar medidas para evitar a ocupação ilegal da faixa de
domínio pertencente à União. Por isso, solicitou à Justiça a reintegração de
posse de área em União dos Palmares (AL). A empresa aguarda o agendamento de
nova data pela Justiça.
Pela manhã, famílias e comerciantes fecharam a rodovia
BR-104 e ruas da cidade com barricadas de areia e pneus para impedir que, caso
as máquinas fossem enviadas, não conseguissem chegar ao local. O protesto
terminou no início da tarde.
A desocupação foi determinada pela Justiça Federal após o
pedido da empresa Transnordestina, que é proprietária da área.
No local funcionam vários estabelecimentos comerciais, além
de uma pousada, e foram construídas também algumas casas.
Equipes do Gerenciamento de Crises estavam no local desde 7h
para fazer a retirada das famílias, mas a ação foi suspensa por volta de 11h30.
Segundo o major Francelino, a Transnordestina se comprometeu em encaminhas as
máquinas para a derrubada das construções e de caminhões para que as famílias
levassem seus pertences.
“Esperamos quatro horas, mas o maquinário não chegou. Como a
retirada das pessoas e a derrubada dos imóveis não pode ser feita, vamos enviar
um comunicado à Justiça para que sejam tomadas as providências”, disse o
militar.
Apesar da suspensão, moradores e comerciantes temem ter que
deixar o local. “Moro aqui há mais de 15 anos. Antes eu tinha um barraco e
depois peguei um emprestimo pra construir isso aqui, onde eu durmo e
trabalho”, explica Floriano Bernardo Oliveira, 47.
O comerciante conta que descobriu que tem câncer no pulmão,
e atualmente passa por tratamento. “Vou perder tudo que tenho na vida. Não
vou ter onde morar”, lamenta.
Outro comerciante, José Cicero Gomes explica que chegou no
local depois das cheias que atingiram o município em 2010. “Essa
desocupação vai prejudicar muita gente que depende disso aqui, por isso a gente
se juntou pra tentar impedir”, fala.
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