A promessa feita pelo governo estadual em 2014 era de
praticamente reconstruir as estações de trem localizadas no ABC em no máximo um
ano e meio. Mas três anos depois e sem a verba planejada de R$ 590 milhões para
as obras, que viria com auxílio federal, a linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia
de Trens Metropolitanos) ainda é um grande desafio para a locomoção de
deficientes físicos, visuais, idosos e pessoas com crianças de colo.
A reportagem do Metro Jornal visitou as nove estações da
região e constatou que nenhuma delas possui instrumentos que facilitam a
acessibilidade dos usuários, como piso em alto relevo para deficientes visuais,
elevadores e rampas.
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O sonoplasta Valdinei Costa, de 49 anos, possui dificuldade
de movimentos do braço direito e diz que sempre teve problemas para pegar o
trem, principalmente em horários mais movimentados.
“Eu ainda consigo andar normalmente porque a minha
deficiência é no braço. Quem é idoso ou cadeirante não sei como faz para andar
pelas estações, que são cheias de escada”, disse.
A CPTM promete que todas as estações passarão por reformas e
vão ter acessibilidade completa para os deficientes até 2020.
Enquanto isso, os usuários do sistema reclamam da má
conservação das paradas. Entre os problemas, estão goteiras na estação Prefeito
Celso Daniel e problemas com infiltrações e catracas enferrujadas na estação
Prefeito Saladino, ambas em Santo André.
O pintor Izaias Ferreira Rodrigues, 60 anos, utiliza as
estações diariamente e diz que a situação é crítica.
“Tem infiltração no teto e quando chove é pior ainda, parece
que nem cobertura tem”, disse.
Em relação às goteiras na estação Prefeito Celso Daniel, a
CPTM explicou que, mesmo com manutenção, o tempo danificou as calhas da
cobertura. A companhia diz que a substituição já foi iniciada.
Para os outros problemas apontados pela reportagem, a
estatal afirma que uma equipe verificará o que acontece.
Estatal diz que
reformas começam mês que vem
A CPTM informou, por meio de nota, que a estação Guapituba,
em Mauá, será a primeira a ter as obras para ganhar acessibilidade, com início
no mês de julho.
A empresa explicou que serão implantadas plataforma
elevatória, rampas, pisos e mapas táteis, vaga de embarque e desembarque
preferencial, rebaixamentos de calçada, sanitários acessíveis, sistema de
solicitação de auxílio (comunicação imediata entre usuários e o agente de
estação), dentre outros.
O prazo de conclusão dessa obra é 2018 e o investimento é de
R$ 1,2 milhão com recursos do governo do Estado de São Paulo.
A empresa também informou que todas as estações de trem da
linha 10-Turquesa terão as obras iniciadas e finalizadas até 2020.
As estações que compõem o ramal na região são São Caetano,
Utinga, Prefeito Saladino, Prefeito Celso Daniel, Capuava, Mauá, Guapituba,
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
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