Siemens e Bombardier estudam joint ventures ferroviárias

A Siemens e a Bombardier analisam opções, incluindo duas
joint ventures ferroviárias, como parte de uma combinação planejada nos ramos
de trens e equipamentos, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

As empresas avançam em direção a uma joint venture para suas
operações de materiais rodantes, que seriam controladas pela Bombardier, que
tem sede em Montreal, e outra para sinalização, na qual a Siemens teria
maioria, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as conversas são
privadas. O acordo pode ser fechado nos próximos meses, disseram.

Nenhuma decisão final foi tomada e qualquer combinação
exigiria apoio político e autorização das autoridades antimonopolistas, e além
disso enfrentaria oposição dos sindicatos, disseram eles. Representantes da Siemens,
que tem sede em Munique, e da Bombardier preferiram não comentar.

As joint ventures “beneficiarão a Siemens se a empresa
realmente ficar com as atividades de sinalização, em que as margens são
maiores”, a concorrência não é tão feroz e o capital de giro não é tão
pesado, disse Lionel Pellicer, analista da AlphaValue.

As negociações para combinação ocorrem em um momento em que
ambas as empresas, juntamente com a francesa Alstom, enfrentam uma maior
concorrência da líder do setor, a chinesa CRRC Corporation, criada em 2015 a
partir da fusão de duas das principais fabricantes de trens regionais do país.
As operações ferroviárias da Siemens e da Bombardier têm uma sobreposição
significativa na Europa, especialmente na Alemanha, o que aumenta a probabilidade
de que ocorram vendas de ativos para diminuir preocupações regulatórias e a
possibilidade de cortes de postos de trabalho.

 

Queda da Alstom

 

As ações da Siemens caíam 1,7 por cento às 17h11 desta
quinta-feira em Frankfurt, para 121,15 euros, enquanto a Alstom caía 3,6 por
cento, para 30,53 euros em Paris. As ações da Bombardier caíram 0,8 por cento
em Toronto, para 2,42 dólares canadenses.

Se a Siemens e a Bombardier chegarem a um acordo, “isso
pode afetar o preço das ações da Alstom por algum tempo”, disse Pellicer,
acrescentando que a combinação pode na verdade não ser uma notícia
completamente ruim, dado que a empresa francesa tem conseguido contratos apesar
da concorrência com os chineses.

“A Alstom não precisa necessariamente crescer. A
empresa alcançou um tamanho crítico e está focada na manutenção e nos
serviços”, disse ele, acrescentando que a empresa chinesa não tem
necessariamente uma vantagem de custo porque muitos países exigem produção
local.

A Siemens delineou em maio planos para cortar 300 postos de
trabalho na operação ferroviária na cidade de Krefeld, na região oeste da
Alemanha. A unidade ferroviária da Bombardier, que fabrica metrôs, bondes e
trens de alta velocidade, eliminará 2.200 empregos na Alemanha até 2020, de
acordo com plano anunciado anteriormente, e pretende cortar 7.500 postos de
trabalho em todo o mundo, disse o porta-voz Marc-Andre Lefebvre nesta
quinta-feira, em entrevista por telefone.

Fonte: Jornal Floripa

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