Os preços do minério de ferro vão mantendo a trajetória de
alta nesta semana, após a ligeira queda registrada na sexta-feira, e subiram
ontem para quase US$ 69 por tonelada, segundo dados da publicação “Metal
Bulletin. Com a valorização, a cotação da commodity atingiu a máxima em três
meses e se afastou ainda mais da mínima do ano, de US$ 53,36 por tonelada,
apurada em 13 de junho.
O minério com teor médio de 62% de ferro fechou ontem a US$
68,84 por tonelada no porto chinês de Qingdao, equivalente a 3,04%, ou US$
2,03, de ganho frente à última cotação. Essa é a maior cotação desde 11 de
abril.
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Neste mês, a matéria-prima acumula valorização de 6%. No
ano, porém, o sinal ainda é negativo, com baixa de 12,7%, e analistas projetam
queda para os próximos meses. Para o Morgan Stanley, o preço médio deve ficar
em US$ 50 por tonelada no terceiro trimestre e em US$ 55 a tonelada nos três
últimos meses do ano.
O impulso às cotações nesta semana veio principalmente do
noticiário setorial. Uma das maiores mineradoras do mundo, a Rio Tinto reduziu
a previsão de embarques de minério de ferro neste ano, após registrar
desempenho mais fraco no primeiro semestre.
Agora, a mineradora projeta entregar cerca de 330 milhões de
toneladas de minério ao longo deste ano, ante estimativa anterior de 330 a 340
milhões toneladas. No primeiro semestre, houve queda de 2% na produção da Rio
Tinto, para 157 milhões de toneladas. Já as entregas recuaram 3%, para 154,3
milhões de toneladas.
Conforme a empresa, os embarques foram afetados pela
aceleração de seu programa de manutenção ferroviária, após problemas climáticos
nos três primeiros meses do ano. A nova projeção de embarques está condicionada
à maior manutenção da malha no segundo semestre para melhorar as condições de
transporte. A Vale divulga amanhã seu relatório de produção no segundo
trimestre.
A commodity se beneficia ainda do ritmo de importação
chinesa de minério, que deverá exceder 1 bilhão de toneladas neste ano, segundo
nota da agência “Bloomberg”. E o crescimento maior do que o esperado
do Produto Interno Bruto (PIB) da China, maior consumidor da matéria-prima,
também deu fôlego às cotações.
No segundo trimestre, a expansão do PIB chinês foi de 6,9%,
ante expectativa de 6,8%. Já a produção industrial chinesa subiu 7,6% em junho,
bem melhor do que a alta de 6,5% esperada pelo mercado.
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