BNDES: no aperto fiscal, primeiro que sofre é o investimento em infraestrutura

O Brasil investe hoje menos de 2% do Produto Interno Bruto
(PIB) em infraestrutura, muito abaixo do porcentual ideal para desenvolver o
setor (5%) e isso é reflexo do contexto fiscal, afirmou nesta quinta-feira, 31,
a diretora de Infraestrutura do BNDES, Marilene Ramos. “Na hora do aperto
fiscal a primeira coisa que sofre é o investimento em infraestrutura”, disse
durante o evento InfraInvest, organizado pelo BID, o BNDES e a FGV, no Rio, que
debate investimentos em infraestrutura sustentável.

Marilene avalia que o grande desafio na infraestrutura é
fazer bons projetos, ter planejamento e saber como investir. Ela admitiu que
falhas nesses pontos levaram a “grandes derrotas” do setor público e privado em
investimentos recentes em infraestrutura. Ela citou os exemplos de projetos do
PAC que ficaram pelo caminho e concessões como as de aeroportos, que acabaram
tendo problemas por conta de “modelagens muito otimistas”.

Sem conseguir avançar em infraestrutura básica, o País deve
ter ainda mais dificuldade em avançar na infraestrutura sustentável. Nesse
segmento, as prioridades segundo ela são eficiência energética e perda de água.
“E não entendemos porque há tão baixa demanda mesmo dispondo de linhas de
financiamento atrativas”, disse.

Em relação à preservação da Amazônia, Marilene criticou a
visão global de que essa é uma responsabilidade apenas do Brasil. “O mundo tem
que acordar. Se não vierem recursos, o que vai se fazer é a infraestrutura do
século passado, que não vai dar conta da preservação”, comentou.

Marilene destacou ainda que em um contexto em que o BNDES
vai financiar com juros de mercado, via TLP, é preciso ter alternativas nesse
tipo de financiamento sustentável. “Achamos que se não tivermos linhas
auxiliares com condições mais atrativas dificilmente programas de reflorestamento
vão decolar”, exemplificou.

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