O diretor de Planejamento do BNDES, Carlos da Costa, disse
nesta segunda-feira que o banco está avaliando de quanto será o repasse de
recursos que deverá realizar ao Tesouro Nacional. Segundo ele, o valor
estipulado inicialmente pelo governo, de R$ 180 bilhões, é muito alto e, se
ficar evidente de que a devolução integral desse valor comprometeria a
capacidade de investimentos da instituição, o repasse não será da sua
totalidade.
— É um número muito salgado, mas não temos ainda definido
qual o valor final. Se R$ 180 bilhões comprometer a missão do BNDES, não será
repassado esse valor. Até porque não podemos colocar em risco o desenvolvimento
do país — disse Costa, durante o 3º Congresso da Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), realizado em São Paulo.
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O executivo, que está há um mês na diretoria do banco,
afirmou, ainda, que compartilha da visão desenvolvimentista do banco e que isso
pode causar uma briga saudável com a equipe econômica.
— Como toda empresa, há sempre aqueles que só pensam em
cortar e aqueles que querem promover o desenvolvimento. E é natural que isso
aconteça. São visões complementares e o desafio é alinhar essas visões. Até
porque para financiar o desenvolvimento de qualquer empresa, o banco precisa de
estar com suas finanças em ordem — ressaltou.
Perguntado sobre o embate que o banco trava com a família
Batista, controladora da JBS, Costa disse tratar-se de uma”
excelente” oportunidade para melhorar a governança das empresas
brasileiras.
— Não podemos ter uma reunião na calada da noite. Não
sabemos o que vamos fazer, mas certamente vamos encontrar uma solução que não
penalize a empresa e seus acionistas. Como disse o nosso presidente (Paulo
Rabello de Castro) será uma solução que resgate o valor da empresa para os
brasileiros — disse o diretor do BNDES.
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