O Comitê de Investimentos do braço financeiro do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) excluiu 11 projetos, ainda em fase de
análise, de sua lista de propostas de investimentos. Os projetos envolvem R$ 18
bilhões. Dos cancelados, quatro deles eram para viabilizar obras no setor de
energia elétrica e o restante para empreendimentos em transporte – rodovias,
portos e ferrovias. Antes de o conselho excluir os projetos, as empresas
tiveram prazo de nove meses para regularizar a situação, mas os problemas não
foram sanados.
Segundo Odirley Rios, um dos gerentes do comitê do FI-FGTS,
os 11 projetos eram antigos – de 2014 e 2015 – e estavam com algum tipo de
pendência, como falta de documentos – o que impedia sua aprovação e,
consequentemente, a liberação de recursos por parte do fundo. Isso piorou com a
crise econômica.
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Algumas empresas, por exemplo, demoravam para atender as
exigências para postergar a decisão de investimento para um período de menor
incerteza. Elas ainda solicitaram recursos para vários bancos e aguardavam a
primeira resposta para fechar a operação.
O mercado no ano de 2016 foi bem turbulento e a
maioria das empresas se retraíram para investimento. Foi uma situação de
mercado para investir que atingiu não só o FI-FGTS, disse a presidente do
Comitê de Investimentos do FI-FGTS, Suzana Leite.
Rios explicou que esses projetos, de 2014 e 2015,
tinham relatórios de aprovados já há algum tempo. Ao longo desse tempo, o
mercado passou por uma dificuldade muito grande. Essas empresas, na maioria das
vezes, precisaram revisar seus planos de investimento e avaliaram que não era
esse o momento de investir.
Segundo ele, a decisão do comitê de excluir projetos de sua
lista de análise não prejudica a rentabilidade do fundo. Para este ano, o
orçamento do FI-FGTS para investimento em infraestrutura é de R$ 7 bilhões. Com
a seleção de projetos de investimentos por consulta pública, o conselho quer
dar mais celeridade à analise dos projetos e, ao mesmo tempo, dar transparência
ao processo de escolha. O entendimento é que a seleção pública blinda os
investimentos, que já foram alvo da Operação Lava-Jato, de irregularidades e
ingerência política.
A primeira seleção de projetos de infraestrutura foi feita
no fim de maio. Foram apresentadas 34 propostas de investimentos, porém apenas
três foram selecionadas, envolvendo R$ 1,4 bilhão. Na avaliação da presidente
do Comitê de Investimentos do fundo, o número de selecionados é baixo, porque
os projetos eram incipientes.
Não faltam projetos de investimentos, faltam projetos consistentes,
disse Suzana. Na segunda etapa, realizada em junho, de 21 projetos, 7 foram
escolhidos. Dinheiro tem, o que precisamos é de projeto de
qualidade, disse.
Segundo Suzana, com o objetivo de chegar aos R$ 7 bilhões
previstos para este ano, a próxima reunião do grupo, prevista para o dia 13 de
dezembro, vai colocar em votação o edital da terceira consulta pública de
propostas de investimentos. Dos R$ 7 bilhões, ainda restam selecionar projetos
para contratação de R$ 4,2 bilhões.
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