O Governo do Paraná oficializou nesta terça-feira (28) a
disposição em construir uma ferrovia ligando Paranaguá a Dourados, no Mato Grosso
do Sul, ao lançar um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a
execução projeto. O trecho tem cerca de 1.000 quilômetros de extensão e um
custo de construção estimado de R$ 10 bilhões.
O projeto da nova linha foi apresentado a investidores pelo
governador Beto Richa, em evento realizado na capital paulista e que contou com
a presença dos governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo, e Reinaldo Azambuja,
do Mato Grosso do Sul.
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Richa explicou que o objetivo da linha é facilitar o
escoamento da produção agrícola do Oeste paranaense e do Centro-Oeste
brasileiro pelo Porto de Paranaguá. “O porto está capacitado, adequado e
modernizado”, disse Richa. “Agora vamos investir no modal ferroviário, que é
muito mais econômico e mais adequado para o transporte de grãos”.
Com a publicação da PMI, o Estado quer estimular a
participação de empresas privadas no processo. Na primeira fase, elas deverão
realizar os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da ferrovia.
A partir da conclusão destes trabalhos o governo deve abrir uma licitação para
a construção e concessão da linha.
A obra da nova ferrovia está dividida em dois trechos. O
primeiro tem 400 quilômetros e liga Guarapuava ao Litoral do Paraná. O segundo
vai de Guarapuava até Dourados (MS), passando por Guaíra, com a construção de
mais 350 quilômetros de trilhos.
COMPETITIVIDADE – Para o governador do Mato Grosso do Sul,
Reinaldo Azambuja, a publicação da PMI representa um passo importante para o
andamento do projeto que, segundo ele, terá grande impacto na competitividade
dos dois estados.
“Com essa modelagem ferroviária abre-se uma expectativa
enorme para agronegócio”, afirmou Azambuja. “Fazendo este modal, integramos uma
região altamente produtiva”, ressaltou. “Essa é uma agenda de competitividade,
para reduzir custos, atrair investimentos”, considerou o governador
paulista, Geraldo Alckmin.
O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, José
Richa Filho, afirmou que a ferrovia reduz custos logísticos e agiliza o
transporte da lavoura até o porto. Ele explicou que, hoje, apenas 20% da
mercadoria que chega ao Porto de Paranaguá é transportada por via férrea.
Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, João Vicente
Bresolin, o projeto de concessão da nova estrada de ferro ficará 100% na mão do
Governo do Paraná. “O porto vem se modernizando, é referência para o Brasil,
mas acaba sendo travado pela ineficiência histórica da ferrovia. É isso que o
Paraná quer corrigir, para que garantir competitividade ao setor agronegócio”,
disse ele.
“Durante 7 anos cumprimos uma política estabelecida pelo
Governo do Estado e reconstruímos o Porto de Paranaguá. O projeto que foi
lançado hoje é fundamental. Tem sinergia com o porto, com o produtor e com a
economia do Paraná”, afirmou o diretor-presidente da Administração dos Portos
de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.
Projeto prevê
revitalização de 250 quilômetros
A construção da nova ferrovia também inclui a revitalização
do traçado de 250 quilômetros já existente entre Guarapuava e Cascavel, e que é
operado pela Ferroeste. O trecho também será subconcessionado. O traçado da
nova ferrovia não poderá utilizar a malha operada pela Rumo, nem mesmo a sua
Faixa de Domínio, proporcionando um impacto direto na melhoria dos serviços
logísticos.
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