Ainda não
foi no primeiro trimestre deste ano que a americana Bunge, uma das maiores
empresas de agronegócios do mundo, registrou resultados globais capazes de
sepultar de vez as especulações em torno do futuro de seu controle acionário,
embora as perspectivas apontem para lucros maiores e as notícias em torno de
uma eventual venda para as rivais ADM ou Glencore tenham escasseado.
Conforme
balanço divulgado ontem, a Bunge registrou vendas líquidas totais de US$ 10,6
bilhões de janeiro a março, 4,3% menos que no mesmo período de 2017, e teve
prejuízo líquido de US$ 21 milhões no período, ante lucro de US$ 47 milhões um
ano antes. Em comunicado, Soren Schroder, CEO da múlti, lembrou que o início
deste ano foi marcado por mudanças “dramáticas” nas margens de
esmagamento de soja, um dos carros-chefe do grupo, e que a empresa conseguiu se
posicionar para aproveitar a melhora nos próximos trimestres.
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A mudança de
cenário derivada da quebra da safra na Argentina fez a Bunge elevar sua
projeção de lucro para as operações de processamento de grãos para entre US$
800 milhões e US$ 1 bilhão neste ano como um todo. Na terça-feira, quando
divulgou seus resultados, a também americana ADM informou que espera que sua
divisão de oleaginosas, que inclui a soja, chegue igualmente a US$ 1 bilhão,
ante US$ 832 milhões em 2017.
Além de
estar bem posicionado para suprir a carência argentina de soja – e, portanto,
para puxar o previsto aumento de resultados na área de grãos -, o Brasil
recebeu atenção especial do CEO da Bunge em virtude dos negócios
sucroalcooleiros. Em teleconferência com analistas, Schroder louvou as melhoras
operacionais registradas pela divisão da múlti responsável pelo segmento, que
concentra suas atividades no país, e afirmou que a possibilidade de que ela
seja desmembrada e tenha seu capital aberto na B3 está sendo avaliada.
“Esperamos
estar em posição de apresentar um pedido inicial no Brasil para explorar a
possibilidade de um IPO já neste mês”, disse, segundo relato da agência
Bloomberg. A divisão sucroalcooleira da Bunge, fonte recorrente de dor de
cabeça para a companhia, registrou prejuízo de US$ 20 milhões no primeiro
trimestre deste ano.
Em 2017, a
Bunge Alimentos, subsidiária que envolve os negócios da múlti no Brasil, teve
receita líquida de R$ 38,3 bilhões, 8,5% maior que em 2016, e lucro líquido
atribuível aos acionistas controladores de R$ 453,5 milhões, ante os R$ 995,3
milhões do ano anterior.
– Fonte: http://www.valor.com.br/agro/5498429/bunge-avalia-fazer-ipo-de-sua-divisao-de-acucar-no-brasil
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