Sete em cada
dez paulistanos que utilizam carro todos os dias ou quase todos os dias afirmam
que deixariam o veículo particular para utilizar o transporte público caso
houvesse melhores alternativas de mobilidade urbana. De acordo com o
levantamento da Rede Nossa São Paulo, 41% disseram que “com certeza”
abandonariam o carro e 32% que provavelmente substituiria o carro por um meio
de transporte público.
A pesquisa
detectou ainda que os ônibus municipais ainda são os meios de transporte
utilizados com mais frequência pelo paulistano, o que equivale a 43%. Esse
grupo é constituído, em sua maioria (58%), por pessoas com renda familiar de
até dois salários mínimos, pertencentes à classe C (54%) e por pretos e pardos
(49%).
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Em segundo
lugar está o carro, com 24%. E em seguida o metrô, com 12%. Os paulistanos que
afirmam fazer o seu principal deslocamento a pé representam 7%. Ainda, 5% dos
paulistanos afirmam que seu principal meio de transporte é o transporte
particular por meio de aplicativos, 3% dizem ser o trem, 2% a bicicleta e 1% o
táxi.
De acordo
com a pesquisa, no ano passado, 65% dos paulistanos afirmaram que utilizavam
transporte coletivo, como ônibus, metrô, trem e fretado como meio de transporte
principal na cidade. Nesse ano, porém, o número caiu para 59%. “O percentual
pessoas dispostas a abandonar o carro está diminuindo, isso mostra que o
paulistano está ficando cada vez mais desestimulado em deixar o carro”, afirma
Américo Sampaio, gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo.
Por outro
lado, o estudo aponta ainda que 30% paulistanos declararam utilizar
preferencialmente transporte privado, como carro, transporte por aplicativo,
taxi e moto) em relação aos 25% dos paulistanos entrevistados no ano passado.
Ônibus de SP
passam a ter adesivos para mulher descer fora do ponto
O uso do
transporte coletivo em São Paulo caiu 6% na comparação entre os dois últimos
anos. Enquanto isso, o uso do transporte particular subiu 5% no mesmo período.
“Pode estar havendo uma fuga de usuários dos transportes público e coletivos
para a utilização de transportes privados e particulares, o que não é um bom
sinal para a mobilidade urbana em São Paulo.”
Em 2017, 84%
dos paulistanos afirmavam utilizar o transporte público com alguma frequência,
já em 2018 esse índice cai e chega a 80%. A mesma tendência não ocorre com o
carro. O número de paulistanos que afirma utilizá-lo com alguma frequência é de
72% para os anos de 2017 e 2018.
Uma das
razões por trás da utilização dos veículos privados é a demora para
deslocamentos enfrentada pelos paulistanos. Apesar de uma redução de três
minutos em relação ao ano passado, o tempo médio diário de deslocamento para
realizar a atividade principal chega a 1h57 nesse ano.
As parcelas
da população que mais sofre com os tempos de deslocamento são os moradores das
regiões Norte e Sul, que levam mais tempo para realizar seus principais
trajetos pela cidade: cerca de 2h05 em ambas as regiões, conforme a pesquisa.
Os moradores
da região sul são os que utilizam ônibus municipais com mais frequência.
Enquanto nessa região, o índice é de 49%, no centro de São Paulo o percentual
de usuários de coletivos municiais é de 27%. O levantamento também relevou que
o transporte público como direito social garantido pela Constituição Federal é
um fato desconhecido por sete em cada dez moradores de São Paulo.
Seja o primeiro a comentar