O Brasil tem
335 obras de mobilidade paradas, atrasadas ou que sequer foram iniciadas,
segundo levantamento do Ministério das Cidades, obtidos com exclusividade pela
GloboNews via Lei de Acesso à Informação. Todos os projetos foram custeados,
pelo menos em parte, com dinheiro do governo federal. Segundo o Ministério das
Cidades, já foram gastos pela pasta mais de R$ 7 bilhões em obras que ainda não
foram concluídas e ainda faltam R$ 22 bilhões para finalizar todos esses
investimentos. Os dados são referentes ao mês de agosto.
De acordo
com o levantamento, são 173 obras atrasadas, 116 paradas e 46 que ainda não
saíram do papel. A obra mais cara de todas é a do Monotrilho da Linha 17 Ouro,
em São Paulo, que está atrasada. Foi prometida para antes da Copa do Mundo de
2014, mas até hoje não foi concluída. Ela ligaria o Aeroporto de Congonhas aos
trens metropolitanos. Orçada inicialmente em R$ 1,39 bilhão, custa agora R$ 3,7
bilhões e a promessa é que seja entregue no final de 2019.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Em nota, o
Metrô de São Paulo disse que a retirada da Linha 17-Ouro da Matriz de
Responsabilidade da Copa do Mundo de Futebol de 2014, em função da escolha do
estádio de Itaquera como sede do evento, alterou o cronograma do
empreendimento.
“As obras do
trecho prioritário começaram no segundo semestre de 2011 e sofreram atrasos na
liberação de terrenos e na obtenção das licenças ambientais. O consórcio
contratado para a construção de três estações e pátio de trens abandonou as
obras em 2016. Um novo consórcio foi contratado e as obras retomadas no final
do mesmo ano. Parte dos serviços também foi afetado pela paralisação feita pelo
Consórcio Monotrilho Integração–CMI, responsável pela via e sistemas do
monotrilho. Porém, no dia 14 de agosto, a Justiça determinou a retomada das
obras por este consórcio”, diz um trecho da nota.
No Rio de
Janeiro, o BRT Transbrasil deveria estar 100% pronto para a Olimpíada do Rio em
2016, mas ainda faltam concluir 40%. A obra parou por duas vezes e foi retomada
no fim de julho deste ano. Foi orçada em R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 1,3 bilhão
são recursos do Ministério das Cidades, a cargo da Caixa Econômica Federal, e o
restante será bancado pela prefeitura. Mais de R$ 800 milhões já foram pagos
pelo ministério. Se já estivesse pronta, essa obra poderia beneficiar cerca de
900 mil passageiros todos os dias, segundo estimativas da prefeitura.
A secretaria
municipal de Infraestrutura e Habitação disse, em nota, que as obras pararam em
agosto de 2016 e só foram retomadas em abril de 2017 após o pagamento de um
reajuste no contrato com o consórcio construtor. Neste ano, voltaram a ficar
paradas porque a prefeitura solicitou mudanças no traçado. A solicitação foi
analisada pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério das Cidades, que só
retomou os repasses após a aprovação da nova proposta concluída no final de
julho.
Já o VLT de
Cuiabá, no Mato Grosso, custou R$ 1 bilhão. Trilhos foram construídos, 42
vagões foram comprados e uma estação foi erguida, mas a população nunca foi
atendida por esse meio de transporte. A promessa era de que o VLT começaria a
circular na Copa do Mundo de 2014, mas desde aquele ano a obra está parada. No
lugar do VLT, a prefeitura resolveu investir num projeto paisagístico para
colocar plantas ornamentais sobre os trilhos por onde passariam as composições.
Em nota, a
Casa Civil do Governo do estado de Mato Grosso informou: “O governo do
estado construiu um novo Edital do Veículo Leve Sobre Trilhos entre Cuiabá e
Várzea Grande no intuito de garantir a conclusão da obra. E havia a previsão de
lançá-lo no último mês de agosto, após o julgamento pelo Tribunal de Justiça da
rescisão do contrato suspenso em dezembro do ano passado. O julgamento que
deveria ocorrer no dia 2 de agosto foi adiado para o próximo dia 4 de outubro,
o que acarretou na reavaliação da data de lançamento do certame. A Casa Civil
reitera que trabalha para que o novo edital seja lançado nos próximos
dias.”
Em nota, a
Casa Civil do Governo do estado de Mato Grosso informou: “O governo do
estado construiu um novo Edital do Veículo Leve Sobre Trilhos entre Cuiabá e
Várzea Grande no intuito de garantir a conclusão da obra. E havia a previsão de
lançá-lo no último mês de agosto, após o julgamento pelo Tribunal de Justiça da
rescisão do contrato suspenso em dezembro do ano passado. O julgamento que
deveria ocorrer no dia 2 de agosto foi adiado para o próximo dia 4 de outubro,
o que acarretou na reavaliação da data de lançamento do certame. A Casa Civil
reitera que trabalha para que o novo edital seja lançado nos próximos
dias.”
Seja o primeiro a comentar