Cidade que
tem em sua história o desenvolvimento econômico a partir do surgimento de
ferrovias, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) poderá ter uma linha
turística até Tambaú (a 257 km da capital).
O tema foi
discutido em reunião na sede da VLI, concessionária da linha férrea que passa
por Ribeirão, em Paulínia.
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Participaram
do encontro o secretário do Turismo de São Paulo, Junior Aprillanti, e
representantes das duas prefeituras. Distantes 98 quilômetros por rodovia, as
cidades seriam ligadas por um expresso turístico.
Segundo a
pasta, a expectativa é que a iniciativa contribua com o desenvolvimento do
turismo nas cidades.
Após a
reunião, Aprillanti disse apoiar a ação por entender que o turismo ferroviário
atrai visitantes e pelo fato de São Paulo ter se desenvolvido graças às
ferrovias.
Se a
proposta vingar, ela unirá cidades com vocações distintas. Enquanto Ribeirão
atrai pelo turismo de negócios, Tambaú é procurada por sua vocação religiosa,
graças ao padre Donizetti Tavares de Lima (1882-1961).
É um projeto
inicial ainda. A Prefeitura de Ribeirão, por exemplo, alega não ter detalhes,
mas diz apoiar a iniciativa.
Por meio de
sua assessoria de imprensa, a VLI, controladora da Ferrovia Centro-Atlântica,
informou que, “quando consultada, está sempre disposta a analisar os projetos
que eventualmente sejam em sua área de atuação.”
“A empresa
tem conhecimento de uma proposta no trecho citado, no entanto, não há um
processo em curso junto à ANTT. Tal projeto precisa ser submetido pelo
interessado à análise e aprovação da ANTT, órgão responsável por emitir tais
autorizações especiais”, diz comunicado da empresa.
ABANDONADA
Ribeirão
Preto, aliás, pouco valoriza sua história ferroviária e quase perdeu uma das
duas locomotivas que tem expostas na cidade no final de 2017.
Alvo de
disputa com o consórcio Trem Republicano, comandado pelas prefeituras de Salto
e Itu, a maria-fumaça chegou a ser colocada numa carreta para ser levada
embora, mas foi impedida de deixar o município.
Abandonada,
alvo de constantes furtos e de vandalismo, a maria-fumaça está estacionada nas
últimas décadas na avenida Mogiana, ao lado da estação ferroviária da cidade,
inaugurada em 1967.
A
autorização para levar a locomotiva para Salto foi dada pelo Dnit (Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável pelo acervo da extinta
Rede Ferroviária Federal, por meio do termo de transferência nº 292.
O consórcio
do Trem Republicano, que levaria a máquina, informou que a maria-fumaça havia
mais de 30 anos estava “em situação de abandono, sendo alvo de vândalos e
espaço para práticas ilegais”.
A
maria-fumaça é uma das duas em exposição em locais públicos de Ribeirão Preto.
Sem passar por restauração ou ter proteção eficiente, sofreu com muito
vandalismo e furtos de peças nas últimas décadas.
Elas têm elo
histórico com o desenvolvimento da cidade –uma das principais atendidas pela
CMEF (Companhia Mogiana de Estradas de Ferro), ao lado de Campinas–, e
responsável por transportar o “ouro verde”, como era chamado o café no início
do século passado e que movimentou muito a economia local.
A outra
locomotiva exposta em Ribeirão, na praça Francisco Schmidt, vizinha à antiga
estação ferroviária –demolida–, é alvo de dois projetos para a implantação de
rotas turísticas. Assim como a maria-fumaça objeto do imbróglio, também sofre
com vandalismo e serve de abrigo a usuários de drogas e moradores de rua.
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