Como a
inovação digital vai transformar o futuro da mobilidade? A resposta está nos
estandes da InnoTrans 2018, onde empresas apresentam uma série de tecnologias
que prometem colocar de vez o setor ferroviário no universo da digitalização.
Aplicativos para smartphones que transformam a experiência de mobilidade dos
passageiros, recursos baseados em big data para gerar informações inteligentes
sobre os usuários de transporte sobre trilhos,
janelas de trens touch-screen e conectividade all time são algumas novidades
apresentadas pelas empresas na feira.
O tema digitalização foi destacado pelas
autoridades que estiveram presentes na cerimônia de abertura da InnoTrans 2018,
que aconteceu ontem (dia 18), em Berlim. O ministro federal dos Transportes da
Alemanha, Andreas Scheuer (CSU), referiu-se à InnoTrans como “Innovation
Trans”.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
“A
Alemanha precisa das ferrovias para poder atingir seus objetivos
climáticos”, disse ele, referindo-se também à questão da sustentabilidade
e redução de emissão de poluentes, outro assunto em pauta no evento. A
digitalização também faz parte desse processo de tornar a ferrovia mais
sustentável , segundo Scheuer, “por meio do uso de aplicativos, da
manutenção preditiva dos trilhos e do material rodante com o auxílio de
tecnologias digitais”.
Nos estandes
O
desenvolvimento de plataformas para análise de Big Data no setor ferroviário de
passageiros é a aposta da Siemens. A empresa levou para a InnoTrans 2018 os
mais recentes projetos desenvolvidos nessa área. Entre eles, a Estação Digital,
um sistema de gerenciamento de operações que tem o objetivo de melhorar a
experiência do usuário e fornecer informações valiosas para o aperfeiçoamento e
otimização do transporte e redução de custos das operadoras.
“Esse
sistema tem como diferencial a disponibilização de dados que permitem desenvolver
estratégias para otimização de energia e segurança das estações, além de
aumentar a capacidade de previsão do fluxo de passageiros e garantir a
conectividade de usuários dentro e fora das estações”, comentou Alexander
Spyra, Head de Vendas e Sistemas de Gerenciamento para Comunicação Ferroviária
da Siemens.
A Siemens
também desenvolveu em parceria com startups um aplicativo voltado para
intermodalidade. O app fornece ao passageiro todas as etapas pré e pós-viagem,
como o planejamento de trajeto, incluindo a opção de diversos meios de
transporte, busca pelo melhor preço, compra de bilhete e validação por meio de
QR Code (assim como acontece no transporte aéreo) e informações sobre a viagem.
A ferramenta, disse o diretor, já esta sendo utilizada por 100 milhões de
pessoas no mundo, na Europa, EUA e Oriente Médio.
“Para
assegurar que os sistemas de transporte público permaneçam como uma alternativa
viável no futuro, os operadores devem oferecer mobilidade integrada aos
viajantes. A chave para a viagem intermodal reside na combinação perfeita de
várias tipos de transporte, infraestrutura confiável e participação ativa dos
passageiros nas operações”, ressaltou o Head de Vendas da Siemens, Geert
Vanbeveren.
Fibra de
carbono
O lançamento
do trem de metro Cetrovo levou o publico ao estande da CRRC. O modelo é o
primeiro do mundo a ser fabricado com fibra carbono, assim como as aeronaves
mais recentes. Segundo executivos da chinesa, o material proporciona redução de
13% do peso da composição. A velocidade máxima que o trem pode atingir é de 140
km por hora. As janelas do trem com telas sensíveis ao toque também são
novidade. “Como um iPad gigante, eles podem ser usados para reservar ingressos,
os passageiros podem até navegar na internet. Alternativamente, os operadores
de trem podem usar a tela para exibir informações de entretenimento ou
passageiro ”, explicaram os gerentes do grupo, que admitem: o preço do novo
modelo pode ser de duas a três vezes mais caro do que o do modelo tradicional.
A novidade chamou a atenção do diretor de Operações do Metro de São Paulo,
Milton Gioia, que quis conhecer de perto a composição. “Ainda vamos
demorar a ver esse trem circulando no Brasil, ate porque existe apenas uma
empresa que oferece esse tipo de composição. Mas não tenho duvida de que esse e
o futuro do transporte sobre trilhos”, disse.
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