A abertura
do túnel que ligará a Estação do Metrô 110 Sul ao Eixo W, feita ontem, é mais
um passo para que a obra seja concluída até o fim de novembro. Por enquanto, a
entrada vai funcionar somente por esse caminho, que dá acesso aos pedestres às
quadras 100 e 300. Já a abertura para as quadras 200 e 400 está prevista para
fevereiro. O custo total será de R$ 17 milhões.
“A previsão
é que, com o Eixo W, tenhamos um aumento de quatro mil a cinco mil usuários. E,
se juntarmos a estações Estrada Parque (EPQ), Cine Brasília e 110 Sul (eixo W),
a expectativa é de 15 mil a 20 mil novos passageiros”, afirma ao Jornal de
Brasília o presidente da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF), Marcelo
Dourado.
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Para o
futuro, Dourado anuncia a expansão do Ramal Samambaia. O lançamento da
licitação será na próxima semana. “Serão mais 37 quilômetros e duas estações. A
obra levará três anos. É um investimento a longo prazo, mas definitivo”,
destaca.
Ele alega
que a companhia está passando uma modernização completa. “Compramos três carros
de primeiros socorros e outros equipamentos que devem chegar até dezembro”,
acrescenta o gestor da empresa pública.
Abrangência
Atualmente,
o metrô do Distrito Federal liga o Plano Piloto a seis regiões administrativas.
Considerando que são 31 no total, hoje, o transporte sobre trilhos deixa de
atender a uma parcela expressiva da população do DF. O desejo de ampliação de
todo o serviço existe, mas “faltam recursos”, como pondera Marcelo Dourado.
Os projetos
para a expansão em Ceilândia e a criação de uma estação na Asa Norte, por
exemplo, estão prontos e até aprovados pelo Ministério das Cidades, segundo
Dourado. “No entanto, não temos previsão das obras”, declara ele.
Para os
usuários, o Metrô-DF tem potencial para melhorar. O advogado José Carlos da
Cruz Rocha, 51 anos, lamenta que o serviço não atenda a todo o DF. Morador do
setor Jardins Mangueiral, ele depende do transporte sobre trilhos diariamente,
mas também precisa pegar ônibus para chegar ao trabalho, no Setor Comercial
Sul.
“Não tem metrô
para a minha casa. De lá até a Rodoviária do Plano Piloto eu vou de ônibus. Só
depois pego o metrô, sempre muito lotado, para o serviço. No fim do expediente
é a mesma logística. Tenho colegas que moram mais longe e chegam em casa antes
porque pegam o metrô direto”, conta.
Passageiros
aguardam melhorias
A enfermeira
Francis Soares, 40 anos, destaca a necessidade de metrô na Asa Norte, onde o
marido trabalha. O casal mora em Águas Claras. “O sonho dele era deixar o carro
em casa e poder ir de metrô para o trabalho”, declara.
Até quem não
é de Brasília sente a necessidade de ampliação da companhia. O administrador
Diego Sousa, 32 anos, mora em Alagoas, Maceió, e veio visitar a namorada na
capital pela primeira vez. Ele estranhou o número reduzido de linhas. “São
pouquíssimas opções. Minha namorada já tinha reclamado disso. Conheço o metrô
de várias capitais, todos são superiores”, afirma Diego.
Quem também
espera mais do serviço é a cabeleireira Luci Almeida, 48. Ela precisa do
transporte duas vezes por semana para ir ao Plano Piloto e, normalmente, faz
isso com a filha Luciellen, de 9 anos. Moradora do Recanto das Emas, Luci
lamenta o fato de o metrô não ir até a casa dela.
“Só vai até
Samambaia. Por isso, tenho de pegar um circular, o que deixa a viagem mais
cansativa ainda mais com criança. Além disso, os trens estão sempre lotados nos
horários de pico. Para piorar, eu mesma já presenciei uma pane e tive que
descer do vagão. Foi um verdadeiro transtorno”, conta.
Manutenção
O Sindicato
dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários (SindMetrô), faz
ressalvas quanto aos projetos de ampliação da malha metroviária. “Precisamos de
mais estrutura e de efetivo”, afirma o diretor do sindicato, Alexandro
Caldeira.
Ele detalha
os setores mais sensíveis. “Não temos viaturas e somos obrigados a pegar
emprestado com a Polícia Militar. O processo de aquisição dos veículos ainda
não terminou. Também não temos carros de primeiros socorros em boas condições.
É indigno transportar um usuário ao hospital assim”.
Para o
diretor, o serviço deixa a desejar: “Deveria ser referência por ser a capital
do País, mas a realidade é diferente”.
Os
servidores da companhia também se preocupam com as panes. “Elas ocorrem com uma
certa frequência. A manutenção custa caro, já que é terceirizada. É triste
porque o transporte sobre trilhos ajuda no desenvolvimento econômico da cidade,
alivia o trânsito, diminui os risco de acidentes automobilísticos e facilita a
rotina dos moradores. Motivos para investir em metrô não faltam”, considera
Alexandro Caldeira.
Caldeira
avalia que falta estrutura e mão de obra. Segundo ele, até hoje, os aprovados
no último concurso público para a companhia, datado de 2014, não foram todos
chamados.
Saiba Mais
O Metrô-DF é
composto por 29 estações, das quais 24 estão em funcionamento. Com uma frota de
32 trens, transporta em média 160 mil passageiros por dia.
Toda a via
tem extensão de 42,38 km e liga a região administrativa de Brasília às de
Ceilândia e Samambaia, passando pela Asa Sul, Setor Policial Sul, Estrada
Parque Indústria e Abastecimento (Epia), Guará, Park Way, Águas Claras e
Taguatinga.
Fonte: http://www.jornaldebrasilia.com.br/cidades/metro-novo-acesso-abre-caminho-para-mais-passageiros/
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