FLORIANÓPOLIS
– Depois de ter rejeitado a proposta de compra pelo fundo Mubadala, a Previ
está confortável com a continuidade da Invepar em sua carteira. Segundo o
presidente do fundo de pensão do Banco do Brasil, José Maurício Coelho, a
operadora do Metrô Rio “está bem posicionada” para acompanhar a
retomada econômica e tem acertado em focar no refinanciamento de sua dívida
para se preparar para esse momento.
Com cerca de
R$ 180 bilhões em investimentos, a Previ é o maior fundo de pensão do país.
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– Vemos a
Invepar como uma empresa muito bem posicionada para a retomada da economia,
porque os investimentos pesados que ela teria que fazer, ela já fez. Metrô,
rodovias, pedágios, já está tudo pronto funcionando. À medida que a economia
for se recuperando, com aumento de fluxo de pessoas e automóveis, ela não
precisará fazer grandes investimentos. A proposta que recebemos do fundo
Mubadala não refletia esse potencial de recuperação, e portanto de preço, que o
ativo teria – disse Coelho ao GLOBO durante o congresso de Previdência
Complementar Fechada, organizado pela associação do setor, a Abrapp, em
Florianópolis.
De acordo
com Coelho, “como não precisamos fazer movimentos fora de hora, podemos
nos reservar o direito de recusar propostas que não atendam nossos interesses.”
Controlada
por fundos de pensão – além de Previ, fazem parte Petros, da Petrobras, e a
Funcef, da Caixa – e a OAS, a Invepar tem entre suas concessões o aeroporto de
Guarulhos, o Metrô Rio, o VLT Carioca e diversas rodovias. Há uma semana, a
Invepar anunciou que estaria avaliando a emissão de títulos no mercado
internacional (conhecidos como “bonds”) na tentativa de melhorar o
perfil de sua dívida.
– Essa é a
última etapa do financiamento de sua dívida. Ela já conseguiu alongar o prazo,
e agora estão prevendo essa nova emissão. É uma medida muito acertada – afirmou
Coelho.
Segundo o
presidente da Previ, para o Plano 1, de benefício definido (BD), mais antigo, o
objetivo é buscar “mais alternativas de liquidez para os principais
ativos”. Entre eles está a fatia que a Previ detém da Vale, por meio da
Litel, veículo de investimento que tem outros fundos de pensão. Após novo
acordo de acionistas da Vale, desde fevereiro a Litel está liberada para
reduzir sua participação. De acordo com Coelho, a venda dessa participação se
dará no longo prazo, por meio de “movimentos suaves”.
– Você nunca
verá um movimento brusco em nenhuma ação da Previ. Porque a Previ é muito
grande, e o mercado de capitais brasileiro não é tão grande assim. Então ela (a
participação da Vale) passa a ser uma empresa passível de ser trabalhada em
movimentos mais suaves ao longo do tempo. Passa a ter a possibilidade de
qualquer movimento lento e gradual. Ao longo dos anos, a participação da Previ
na Vale será menor do que hoje – afirmou.
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