Com 75% de
ociosidade na planta industrial e sem pedidos novos para a fabricação de vagões
de passageiros em 2019, as empresas que atuam no setor ferroviário entregaram
aos presidenciáveis um plano de melhorias e investimentos para os próximos anos
no país.
A ideia da
Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) com o chamado Plano
1.000 é convencer o futuro presidente a propiciar investimentos no setor. A
tarefa não deverá ser simples, já que, em regra, os candidatos à Presidência da
República esqueceram ou citaram superficialmente o setor ferroviário em suas
propostas de governo.
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Com
capacidade instalada para a produção de 1.200 carros de passageiros por ano, a
associação projeta um pacote que considera essenciais para a mobilidade no país
e, emergencialmente, pede a compra ou modernização de 1.091 vagões para metrô
de São Paulo e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). São 465 novos
carros e 626 modernizações.
Fundada há
41 anos, a entidade reúne fabricantes de locomotivas diesel-elétricas, vagões
de carga, veículos rodoferroviários, metrô, VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos)
e monotrilhos, entre outros.
O plano
prega como ações a serem tomadas no curto prazo a viabilização da licitação do
Trem Intercidades, ligando São Paulo a cidades do interior, como Americana e
Sorocaba, e apoio na renovação de frotas, sem impostos, em metrôs como os de
Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Para médio e
longo prazos, as ações incluem a retomada de projetos do PAC Mobilidade, a
disponibilização de recursos federais para a implantação de trens regionais de
média velocidade –ligando locais como Brasília a Goiânia, Londrina a Maringá,
Caxias do Sul a Bento Gonçalves e Codó a Teresina– e VLTs em macrometrópoles
(Goiânia, Brasília, Natal e Maceió).
“Fizemos o
plano e mandamos para todos os candidatos à presidência e ao governo de São
Paulo. Falamos que estamos preocupados com a indústria, pois as encomendas para
o ano que vem estão zeradas”, disse Vicente Abate, presidente da Abifer.
OCIOSIDADE
Apesar da
capacidade instalada de 1.200 unidades por ano, o setor nunca chegou perto de
alcançar 50% dela no país.
O recorde de
produção pertence a 2016, ano em que foram fabricados 473 carros de
passageiros. No ano seguinte, foram 312 e, neste ano, a previsão é concluir 298
unidades. Para 2019, não há nenhum pedido novo até agora, apenas encomendas
prévias para serem entregues.
Os empregos
acompanharam a queda na produção: dos 10 mil existentes no ano passado, o
quadro foi reduzido para 5.000 neste ano e deve cair pela metade no ano que
vem.
“O
pensamento é, em caráter emergencial, modernizarmos o já existente, com o Plano
1.000. Eles seriam feitos num espaço pequeno nos próximos anos. Mas todas essas
medidas precisam ser tomadas”, disse Abate.
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