A Trensurb e
a Rio Grande Energia (RGE) assinaram, na última sexta-feira (28), um protocolo
de intenções que irá garantir o início do atendimento de uma das principais
reivindicações dos usuários do transporte público: a colocação de
ar-condicionado em todos os trens. Por meio do programa de eficiência
energética, a empresa pretende trocar os motores dos veículos antigos, que
consomem muita energia e impedem a utilização do ar-condicionado.
O primeiro
passo será a retirada de um dos 24 veículos antigos de circulação, para que
seja possível trocar seus motores. Depois, será feita a instalação do
ar-condicionado.
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A intenção é
que ainda em 2019 este trem volte a operar e sirva como modelo para que a
Trensurb tenha uma noção de quanto investimento será necessário para realizar
todo o processo. Com os custos definidos, a empresa conseguirá projetar quanto
precisará para fazer a adaptação nos demais 23 trens e poderá voltar a buscar
recursos do projeto de eficiência energética.
Pelo
cronograma, após a assinatura, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
precisa aprovar a parceria. Depois disso, um estudo de viabilidade técnica e
econômica será desenvolvido pelos técnicos da Trensurb. Quando essa etapa for
cumprida, a RGE poderá destinar recursos, a fundo perdido, do Programa de
Eficiência Energética, que prevê investimento anual de 0,5% da sua receita
líquida operacional no ano.
A próxima
etapa é a abertura de licitação para contratar a empresa que irá fazer a troca
dos motores. Enquanto isso, a Trensurb seguirá buscando verba para a compra dos
aparelhos de ar-condicionado.
Pela
expectativa da Trensurb, quando for possível concluir o serviço em todos os
trens, a empresa conseguirá economizar R$ 12 milhões por ano, o que equivale a
30% do que será gasto em 2018, mesmo após a instalação dos aparelhos de
ar-condicionado.
— Hoje não
há energia disponível. Os motores atuais (dos trens antigos) consomem quase
toda energia — diz o diretor-presidente da Trensurb, David Borille.
Energia
solar nas estações
Dentro do
mesmo protocolo de intenções, a Trensurb também está buscando investimento para
instalar painéis solares. O primeiro teste será feito na estação Niterói, em
Canoas. A estimativa da empresa é que seja necessário R$ 1,5 milhão para fazer
a instalação das placas. A projeção atual é que o investimento se paga em até
seis anos.
Este
processo é mais rápido do que a colocação de ar-condicionado nos trens, pois
não seria preciso buscar recurso extra para concluir o processo. Concluída essa
etapa, a empresa poderá planejar os investimentos nas demais 21 estações.
Atualmente,
a Trensurb compromete 50% do seu orçamento em gasto com pessoal. Outros 30% são
investimentos na manutenção da empresa. Os demais 20% são referentes aos gastos
com energia, que a Trensurb pretende reduzir consideravelmente nos próximos
anos, o que ajudaria a evitar reajustes maiores da tarifa.
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