Diretor da Randon estima retomada do mercado de vagões só em 2020


“Acredito que o mercado de vagões
voltará a crescer em 2020”, disse Wilson Ferri, diretor comercial da Randon
Implementos, à Revista Ferroviária. Na sua avaliação, a melhora nas vendas de
vagões está atrelada a renovações antecipadas dos contratos de concessão das
malhas e ao lançamento de editais de novas ferrovias.

 

“A gente acredita que a renovação
antecipada da Rumo (Malha Paulista) deve ser feita no segundo trimestre de
2019, Vale talvez no terceiro trimestre e MRS e VLI no quarto trimestre. Ou
seja, ficaremos praticamente o ano todo de 2019 sem grandes investimentos no
setor”, avalia Ferri. Ele ainda estima que devem ocorrer, entre o final deste
ano e ao longo de 2019, os editais de abertura das ferrovias Norte-Sul,
Ferrogrão e Fiol. 

 

 

E, após o encerramento destes processos, existe
ainda um tempo de planejamento interno das empresas até que as compras se
concretizem de fato. “Em média, isso leva de seis meses a um ano. Como a
demanda está represada, nós acreditamos que está mais para seis meses do que
para um ano”, afirmou.

 

 

O diretor ressaltou que nos
últimos anos o mercado brasileiro produziu em média de de 3 mil a 4 mil vagões
por ano. Em 2018, as vendas devem ficar em cerca de 2,3 mil e, para 2019, a
previsão do executivo é que as encomendas fiquem em torno de 1,5 mil
vagões. “As vendas que estão acontecendo são trocas ou reposições por
necessidades específicas. Os grandes volumes não ocorrem”, afirma o diretor.
Ele espera que a Randon conquiste em torno de 30% desse mercado.

 

No terceiro trimestre de 2018 a
empresa vendeu 86 vagões contra 118 unidades no mesmo período do ano anterior
(redução de 27,1%). Ferri explicou que a Randon tem capacidade para produzir em
média de seis a oito vagões por dia (na unidade de Araraquara) e que está com uma
ociosidade em torno de 70%. Questionado a respeito da possibilidade de
realização de exportações, Ferri colocou que é algo “complicado em termos
logísticos”, e que já houve encomendas pequenas (em torno de 30, 40 vagões)
para o Peru e o Uruguai.  

 

“A partir do momento em que o
mercado ferroviário se mantém em baixa, a gente deixa de capturar todas as
oportunidades no mercado. Temos que buscar outras fontes de receita,
especialmente na venda de peças”, revela. Vale colocar, nesse ponto, que a
Randon S.A Implementos e Participações registrou, nos primeiros nove meses de
2018, uma alta de 43% nas suas receitas brutas impulsionada pelo aumento da
produção de caminhões em 30,5% e de semirreboques em 72,5%. 

 

A Randon inaugurou, em março deste
ano, uma unidade fabril em Araraquara, a 273 km de São Paulo. Essa unidade foi
planejada para a fabricação de todos os tipos de vagões e
semirreboques. Com uma área total de 122 hectares, 25 mil m² dos quais
ocupados pela fábrica, área administrativa e apoio, a unidade recebeu
investimentos de R$ 100 milhões.

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