Uma das empresas a trabalhar com o conceito de Elon Musk de
cápsulas movidas por levitação eletromagnética em túneis a vácuo, a Hyperloop
TT trouxe à WTM18 (Welcome Tomorrow Mobility Conference 2018), em São Paulo,
uma maquete em tamanho real de suas cápsulas.
O UOL Tecnologia testou, com realidade virtual, como será
viajar a mais de 1.000 km/h –hoje, os trens-bala existentes chegam a, no
máximo, 430 km/h na linha comercial mais rápida de trens do mundo,localizada na
China.
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A Hyperloop TT, que inaugurou um centro de pesquisas em
Contagem (MG), colocou a representação da cápsula dentro de um meio-túnel de
mentirinha, e a demonstração foi feita com os óculos de realidade virtual HTC
Vive.
Viajando num túnel de vácuo, o “trem futurista” de
Elon Musk será capaz de alcançar 1,200 km/h – velocidade suficiente para ir de
São Paulo ao Rio de Janeiro em cerca de 20 minutos.
Depois de colocar os óculos, pude andar brevemente por uma
estação de Hyperloop, indo na direção do embarque na cápsula –ela não é lá
muito alta ou larga, se comparada ao metrô. Ao acessar a composição, a sensação
é de entrar em algo parecido com a Estação Espacial Internacional.
Como a cápsula se desloca em um túnel com vácuo, o embarque
não tem uma abertura de portas comum, mas um acesso via um brevíssimo corredor
que se conecta à porta, para que a pressão de ar não entre no vácuo.
É uma versão muito mais curta da ponte de embarque usada
para sair do terminal do aeroporto direto para a porta do avião.
Só de entrar e sentar em uma das cadeiras da cápsula (no
mundo real, foi em uma poltrona), o veículo já “começa a ser mexer” a
mais de 1.200 km/h. É assim que a empresa quer que o serviço funcione na
prática, quando sua primeira linha estiver operando comercialmente.
Como a experiência apresentada não era um simulador – botei
os óculos de realidade virtual e fui guiado a sentar em uma poltrona – o corpo
não sentiu a aceleração.
A experiência foi bem futurística, mas o trem ultrarrápido é
um projeto de curto prazo. A Hyperloop TT já concluiu a construção de sua
primeira cápsula para passageiros no último dia 2 de outubro, na Espanha, e
encaminhou-a para o centro de desenvolvimento em Toulouse, na França. É na
cidade francesa que ocorrerá a instalação da tecnologia que fará o veículo
funcionar em um tubo de teste que está em obras no local. A perspectiva é que
ele comece a circular até o início de 2019.
Isabela Faria, planejadora de eventos da Hyperloop TT no
Brasil, diz que essa não é mais uma tecnologia “do futuro”, mas uma
aplicação de conceitos e recursos que já existem.
O deslocamento das cápsulas será por meio do maglev, a
levitação eletromagnética que poucos trens-bala comerciais utilizam. A vantagem
do Hyerloop é que ele não tem o entrave do atrito do ar, pois os túneis terão
vácuo.
Ainda há o uso de energia solar para armazenar energia que
será usada como backup caso os sistemas elétricos que ativam o veículo falhem.
Na questão de conforto, a experiência do passageiro não será
muito diferente da de um ônibus de leito. Entre 28 e 40 pessoas entram em cada
composição, que tem duas fileiras de cadeiras, agrupadas em duplas.
Como o túnel é escuro, a cápsula não tem vidros. Apesar
disso, a empresa estuda oferecer uma janela artificial digital –no nosso teste
virtual, a imagem variava desde a superfície de Marte até uma metrópole. Esse
isolamento faz com que não haja a sensação de velocidade ao olhar para a
janelinha, ao contrário do que acontece em viagens de avião ou trem (bala ou
não).
Projetos para passageiros estão em curso na Europa, Emirados
Árabes e na própria China, mas a conclusão deles só será na próxima década. O
brasileiro, por outro lado, não deve ter a expectativa de viajar na cápsula
futurista em um futuro recente. Existe uma parceria público-privada entre a
Hyperloop TT e o governo de Minas Gerais para o
desenvolvimento da tecnologia por aqui, mas o objetivo é a elaboração de ma modalidade de cargas, não para passageiros.
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