Preços mais próximos dos realizados no mercado e desinvestimentos de ativos são considerados centrais. Essas são algumas das estratégias que devem ser adotadas pelos novos presidentes do Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal e Petrobras, que assumiram seus postos no início do governo de Jair Bolsonaro.
A posse dos presidentes das instituições financeiras ocorreu na segunda-feira, 7. Já o novo líder da petroleira assumiu o cargo no dia 3. Os nomes para os novos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, e da Caixa, Pedro Guimarães, foram escolhidos por indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes, ou do presidente, Bolsonaro.
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Fomentar o aumento da concorrência está na pauta de alguns desses líderes. A Petrobras precisa enfrentar maior concorrência, de acordo com o novo presidente da petroleira, Roberto Castello Branco. Ele substitui Ivan Monteiro, que assumiu em junho do ano passado. “Não é concebível que uma única companhia tenha 98% da capacidade de refino, seja ela qual for, em um país. E nós estamos sendo alvo de ações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, disse Castello Branco, em vídeo divulgado no canal interno da companhia.
Ao tomar posse na semana passada, o executivo já havia afirmado que monopólios são “inadmissíveis” em sociedades livres. “Abrindo a economia, tendo mais competidores. Quanto maior a competição, o benefício se dá em favor do consumidor. Se nós tivermos um único produtor, não será bom para o consumidor”, disse Castelo Branco.
O executivo criticou a adoção de subsídios pelo governo para os preços de combustíveis. Defendeu, ainda, a maior exploração de petróleo no país. A privatização da Petrobras não está na agenda do governo Bolsonaro, disse Castello Branco.
No BNDES, a expectativa é de que a nova gestão traga mais transparência ao órgão. A atuação do BNDES é criticada por oferecer crédito a grandes empresas, que poderiam conseguir o dinheiro junto a bancos tradicionais, e também pela falta de transparência de seus contratos. Por esse motivo, a instituição pode devolver 100 bilhões de reais ao Tesouro Nacional.
Bolsonaro afirmou que seu governo quer levantar a “caixa-preta” do banco por meio da gestão de Joaquim Levy. O executivo, que já foi ministro da Fazenda e atuou em organismos internacionais, disse que irá combater o voluntarismo ao oferecer crédito. “A ferramenta para isso tem que ser a ética, a transparência, a responsabilidade e a responsabilização”, acrescentou.
Outra mudança esperada pelo mercado é que o banco dê mais atenção a linhas de crédito voltadas a setores e empresas que tenham dificuldade em conseguir dinheiro de outra maneira, em especial pequenas e médias empresas.
Ele afirmou que deverá reajustar os juros destinados aos trabalhadores de classe média com base no cobrado pelo mercado. Os juros menores estarão garantidos nas operações do programa Minha Casa Minha Vida, que subsidia imóveis para a população de baixa renda.
“[O valor dos] juros de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre. Para quem é classe média tem de pagar juros maiores”, disse Guimarães.
Já no Banco do Brasil, o plano é buscar desinvestimentos de ativos e redução da participação em certas atividades.
“Entendemos que alguns ativos do banco não guardam sinergia com suas atividades principais e, nestes casos, realmente consideraremos os desinvestimentos”, disse Rubem Novaes durante a cerimônia de transmissão do cargo, na sede do banco, em Brasília. Ele não detalhou quais ativos seriam diluídos.
Afirmou também que não há discussões entre o banco e os acionistas minoritários. “Sendo empresa de capital aberto, mas com o controle da União, nem sempre foi harmoniosa a relação dos acionistas privados com o controlador [governo]”, disse Novaes. “Estou livre deste drama, pois o mandato que recebo é plenamente compatível com o interesse os minoritários”, afirmou.
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