Apesar do investimento de R$ 628 mil da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em obras de acessibilidade na estação de Mogi das Cruzes, o vão entre as composições e as plataformas ainda dificulta a vida de deficientes.
Em nota, a CPTM informou que o vão entre o trem e a plataforma é decorrente do compartilhamento com os trens de carga. Para orientar os usuários são emitidos avisos sonoros e informou também que está desenvolvendo o projeto de reconstrução da estação Mogi para resolver os problemas com o vão e travessia entre plataformas.
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Melhorias
Uma lombofaixa foi instalada pela CPTM para facilitar a vida dos deficientes físicos e das pessoas com mobilidade reduzida. “Muitas vezes eu já escorreguei quando estava liso e precisa tomar muito cuidado”, conta Mizael Roque.
Elda tem uma doença progressiva. Ela perdeu os movimentos do pescoço para baixo, mas tem uma vida ativa, além dos tratamentos, é atleta da equipe de bocha adaptada de Mogi.
Elda conta que usa o trem todos os dias e a sua mãe, Vera Lúcia Osvaldo, aprovou a reforma da rampa, mas ainda encontra dificuldade na hora de atravessar a linha. “Ou tem que ir de ré, com o guarda levando, ou vai esburacando. A gente já reclamou, mas não sabemos de quem é a culpa.”
A estação acabou de passar por uma reforma focada na acessibilidade. Até os banheiros foram adaptados. Segundo a CPTM, agora todas as estações do Alto Tietê, na Linha 11 Coral, estão acessíveis.
Apesar disso, um dos problemas que ainda não foi resolvido é o vão entre o trem e a plataforma. Além do vão, o degrau também dificulta a vida dos cadeirantes.
“O nosso maior problema é a rodinha da frente. Quem não tem costume, quando empurra um cadeirante, se essa rodinha se prende ali, leva o cadeirante à queda e pode causar um acidente maior ainda quando o trem fecha as portas”, conta Marcílio da Silva Ferreira.
A rota tátil facilita para os deficientes visuais e na estação Mogi das Cruzes é novidade.
“O mais importante é o auxilio humano, do funcionário. Ele pega a gente aqui na entrada da estação, avisa onde a gente vai desembarcar e tem outro funcionário esperando. Dessa maneira a gente tem uma garantia de autonomia e segurança também. O piso tátil ajuda se você conhece a estação. É como se você tivesse que ir até um lugar que você nunca foi sem um mapa. O piso só não te leva a nenhum lugar, ele assegura que você não caia na via”, conta Edgar Jaques.
Estação Brás Cubas
No fim de 2016 o Diário TV 1ª Edição acompanhou a rotina da Daiane e do filho dela que tem paralisia cerebral. Na época ela não conseguiu descer na estação Brás Cubas, justamente por causa da altura entre o vagão e a plataforma.
O alerta sonoro apitou e com medo eles permaneceram no trem mesmo tendo chegado ao destino. Ela também teve problema com a falta de auxilio por parte de um funcionário e, para conseguir atravessar o filho de um lado para o outro, ela ligou para Polícia Militar, os PMs levaram o menino e a cadeira de 20 quilos nos braços.
Os funcionários da CPTM usam a comunicação via rádio para atender aos cadeirantes e avisar quando alguém, que precisa de ajuda embarca, assim outro funcionário já fica aguardando no desembarque.
Em relação à estação de Brás Cubas, a CPTM afirmou que rampas com corrimão, piso tátil, alertas, adaptações nas bilheterias e alteamento nas plataformas foram feitos no ano passado para melhorar o embarque e desembarque. Na área externa foi feito rebaixamento da calçada, área de acesso preferencial e passagem assistida para travessia entre plataformas.
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