Quais as opções da Siemens e da Alstom após fusão malsucedida

Depois que o plano extremamente politizado da Siemens e da Alstom para uma fusão ferroviária foi barrado pelos órgãos reguladores antitruste da União Europeia, parece que as duas antigas arquirrivais vão reavivar décadas de rivalidade. Ou será que existem outros caminhos?

O colapso do acordo, que contava com forte apoio político da Alemanha e da França, abre vários cenários possíveis que poderiam transformar o mercado ferroviário da Europa, de 46 bilhões de euros (US$ 52 bilhões):

Outra tentativa “Talvez este não seja o fim da história”, disse a comissária de Concorrência da UE, Margrethe Vestager, em entrevista à Bloomberg TV pouco depois de impedir os planos de fusão das empresas. “Se as partes voltarem após reelaborar o acordo, seria uma situação nova. A proibição não é eterna.”

O ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, e o ministro de Economia da Alemanha, Peter Altmaier, responderam à decisão histórica de Vestager com o compromisso de reformar as leis de concorrência e a política industrial da Europa. Eles tinham apoiado fortemente a ideia de que uma fusão entre a Siemens e a Alstom criaria um contrapeso europeu à gigantesca concorrente chinesa CRRC.

A Siemens e a Alstom poderiam simplesmente optar por continuar de onde tinham parado. Afinal de contas, anos de concorrência acirrada criaram tanta animosidade que um acordo entre elas já era inesperado.

Alstom

“O fato de o Plano A ter fracassado não significa que precisemos de um Plano B parecido”, disse o CEO da Alstom, Henri Poupart-Lafarge, em teleconferência na quarta-feira, negando planos imediatos para outra fusão.

A Alstom não está se saindo tão mal. Seu volume recorde de 40 bilhões de euros em pedidos no fim do ano passado contou com a ajuda de uma série de encomendas para um metrô em Riad, trens regionais em Luxemburgo e na Alemanha e equipamento de sinalização em Mumbai. Além disso, a empresa francesa continua se expandindo no exterior e, em dezembro, entregou o primeiro trem feito em uma fábrica perto de Johannesburgo, parte da estratégia do CEO de crescer na África. Ele projetou que menos projetos de porte muito grande serão licitados.

Siemens

A Siemens deixou bem claro o que aconteceria caso o acordo com a Alstom não desse certo. “Nós chamamos isso de concorrência. Nós estávamos concorrendo inclusive enquanto tentávamos a fusão”, disse o diretor de tecnologia da Siemens, Roland Busch, que teria se tornado presidente do conselho da empresa fusionada, em 30 de janeiro.

A companhia alemã afirmou na quarta-feira que avaliaria todas as opções para o futuro de sua unidade ferroviária. Antes que a UE barrasse a fusão, seu CEO, Joe Kaeser, disse que a Siemens tinha possibilidades, inclusive uma abertura de capital. A divisão registrou um salto no número de pedidos de contratos no Reino Unido e no Canadá, e sua margem de lucro, de dois dígitos, foi a terceira mais alta das oito divisões do conglomerado no trimestre mais recente.

Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2019/02/07/quais-as-opcoes-da-siemens-e-da-alstom-apos-fusao-malsucedida.htm

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