Engenheiros e técnicos da Agetransp abriram uma investigação para apurar o acidente com os trens da SuperVia, que vitimou o maquinista Rodrigo Assumpção nesta quarta-feira. De acordo com a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias, o resultado dos trabalhos será divulgado através de uma nota técnica.
A investigação levará em consideração 11 aspectos, entre levantamento de ações, análise de dados, de arquivos, condições de equipamentos e sistemas. Em caso de descumprimento de contrato, a concessionária poderá ser multada.
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“Dentro de 30 dias, esperamos ter coletado, validado e tratado todos os dados necessários. A partir de então, será feita a análise que visa identificar os fatores que contribuíram para o acidente e, se for o caso, recomendar medidas que possam ser adotadas para evitar ou reduzir a possibilidade deste tipo de acidente”, comentou José Luiz Lopes Teixeira, gerente da Câmara de Transportes e Rodovias.
A Secretaria de Estado de Transportes também está participando da investigação das causas do acidente. Segundo a pasta, os dois trens envolvidos no acidente são novos. “Um deles, inclusive, foi adquirido pelo Governo do Estado e entregue, no ano passado, à SuperVia, e estavam equipados com o ATP (Automatic Train Protection) – sistema que monitora a velocidade do trem e reforça a sinalização da via. Esse equipamento segue padrões internacionais de segurança”, declarou.
A SuperVia destacou nesta quinta-feira, que a segurança é uma das premissas essenciais da atuação da empresa. “Desde que a atual gestão assumiu a concessionária, iniciou um processo de modernização da frota e da estrutura ferroviária, o que também inclui a via férrea”, afirmou.
Questionada se os trilhos eram velhos, a concessionária informou que já substituiu 35 mil dormentes de madeira pelos de concreto, que são mais resistentes e têm maior vida útil. “Além disso, a empresa mantém um programa periódico de manutenção, que inclui o uso de um carro-controle, equipado com ultrassom, que faz a inspeção nos trilhos todas as noites. Sempre que são identificados trilhos com algum nível de desgaste, eles são substituídos.”
Sobre os acidentes com os usuários no espaço entre o vão entre o trem e a plataforma, a concessionária disse que está sendo solucionada, gradativamente, com o trabalho de padronização das plataformas de embarque e desembarque.
“Essa é uma das intervenções incluídas no processo de modernização do sistema ferroviário do Rio de Janeiro, parte do acordo firmado entre a concessionária e o Governo do Estado. As obras das estações, que não recebiam investimentos há quatro décadas seguem de acordo com as prioridades avaliadas pela concessionária”, afirmou a empresa.
“Pela segurança dos passageiros, a empresa utiliza diferentes formas de comunicação para alertá-los sobre os cuidados que devem tomar ao utilizar o sistema ferroviário. Entre as ações, está o sistema sonoro dos trens, que indica o momento em que as portas estão se fechando; os adesivos educativos junto às portas e as faixas amarelas nas plataformas, que demarcam a distância de segurança que deve ser mantida até a frenagem total dos trens”, completou.
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