Os recentes leilões de aeroportos e terminais portuários deram mostras que o processo de privatização de ativos de infraestrutura estão no radar do novo governo e devem movimentar bilhões de reais nos próximos dois a três anos. Marcelo Girão, chefe da área de project finance do Itaú BBA, prevê a movimentação de mais de R$ 100 bilhões, valor que não inclui outorgas. “Olhando para frente temos importantes leilões de concessões que serão realizados e que devem atrair investidores globais para o Brasil.”
As incertezas que ainda pairam sobre no início do governo de Jair Bolsonaro atrapalham os leilões futuros?
Os recentes leilões de aeroportos e terminais portuários foram bem-sucedidos. A estrutura favoreceu bastante os financiadores. O da ferrovia Norte-Sul (levado pela Rumo e que tinha a VLI como concorrente) também foi bastante atrativo.
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Mas hoje não há mais projetos de ferrovia como o da Norte-Sul…
Há dois outros grandes, o da Fiol e o Ferrogrão, que são projetos greenfield (construção do zero) e considerados muito importantes para o escoamento de produtos.
Quais são os grandes ativos que serão privatizados em infraestrutura?
Olhando para frente há grandes concessões que serão leiloadas. Em rodovias, há em São Paulo, o Centrovias, além das BR 364/365 (Minas Gerais-Goiás). Esses leilões devem movimentar cada um cerca de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões.
O cenário é otimista, independentemente da aprovação das reformas da Previdência?
Acreditamos que a aprovação reforma da Previdência é essencial para que o Brasil retome o crescimento. Temos uma inflação controlada, juros baixos nunca antes vistos. Os investidores que participam destes leilões olham para o Brasil no longo prazo, com um horizonte de 20 a 30 anos. Teremos muitos governos pela frente e provavelmente outras crises.
Quais são os ativos considerados ‘filé mignons’ da infraestrutura?
Temos um cardápio interessante de concessões. Falamos já da Centrovias, mas há ativos de aeroportos, como Congonhas, por exemplo. Sem falar em energia, óleo, gás e mineração.
De onde virão os financiamentos para esses grandes projetos?
Entre 2017 e 2018, as debêntures de infraestrutura tiveram um papel importante, ganhando espaço do BNDES.
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