Até o final de abril, a Loram deve finalizar a entrega e a apresentação dos resultados de um levantamento geotécnico feito nas malhas Norte e Sul, encomendado pela Rumo. O trabalho incluiu raio X completo de aproximadamente 2.500 km de ferrovia, contemplando o status do lastro e do leito, as dimensões de sub-camadas, o nível de contaminação (incrustação) do lastro e as condições de umidade do subsolo. Além disso, o relatório trouxe as dimensões da superfície e da profundidade do lastro, com o objetivo de determinar a quantidade de material ausente ou excedente ao longo da via.
Para o gerente de Engenharia de Desenvolvimento da Rumo, Leonardo Souza Soares, os dados obtidos com o levantamento serão base para um melhor planejamento da operadora.
“Essas informações vão permitir um direcionamento minucioso das equipes de manutenção de forma a atacarem a causa raiz de diversos problemas que se manifestam na superestrutura ferroviária, mas que estão correlacionados à deficiência de infraestrutura. A qualidade dos dados somada à velocidade de obtenção é o grande diferencial, e nos traz
ganhos imediatos”. De acordo com Soares, essa é a primeira vez que uma ferrovia brasileira realiza um trabalho dessa natureza em larga escala.
As tecnologias usadas para fazer o levantamento, segundo o diretor comercial da Loram no Brasil, Murilo Martins, foram o GPR (Radar de Penetração no solo) e o LiDAR (Light Detection and Ranging). As duas ferramentas, explica Martins, são capazes de criar um mapeamento tridimensional da superfície do solo – que, usadas de forma conjunta, fornecem informações para análise e aprimoramento da estrutura e subestrutura da via ferroviária.
O diretor afirma que a Loram vem investindo nos últimos anos em tecnologias voltadas para detecção e diagnóstico de ferrovias, por meio do desenvolvimento de soluções internas e da aquisição de empresas do segmento. Em 2017, a Loram adquiriu a HyGround Engineering, especializada na análise geotécnica de via permanente para manutenção e gerenciamento de subestrutura, através das ferramentas GPR e LiDAR. “Os resultados obtidos com o GPR e LiDAR são fundamentais para um plano de manutenção assertivo, direcionando os ativos da ferrovia da melhor forma possível”, ressalta.
Martins lembra que, além do diagnóstico de ferrovias, a Loram mantém seu foco no mercado de serviços de esmerilhamento de trilhos e na fabricação de máquinas de grande porte para manutenção de via. “Operamos mais de 130 de nossas próprias máquinas em todo o mundo através de contratos de longo prazo de serviços Full Service. Nossa experiência em fornecimento de equipamentos, operação e execução de serviços somadas ao diagnóstico GPR/LiDAR nos permite oferecer soluções completas para as ferrovias
no Brasil”, complementa.
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