A partir do próximo sábado (23), a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) não vão mais funcionar até a 1h da manhã aos sábados. Ambos os sistemas vão fechar as estações à zero hora, como já ocorre nos dias úteis. O governo de João Doria (PSDB), que administra as companhias, não informou o motivo da mudança, apenas publicou a decisão nas redes sociais.
As duas empresas já tinham reduzido a circulação dos trens, devido à redução da demanda por conta da quarentena imposta no estado de São Paulo devido à pandemia de coronavírus. Além disso, os sistemas tiveram de reduzir o número de trens em circulação por falta de funcionários. Isso porque parte dos servidores pertence a algum grupo de risco da covid-19, ou mesmo por suspeita ou confirmação de contaminação. O déficit em relação a dias normais é de 25%.
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Para o conselheiro do CMTT e especialista em mobilidade urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Rafael Calabria, a medida não traz benefícios à população. “Entendo que um sistema de trens tenha problemas com a baixa demanda, mas todo corte é ruim nesse momento. É um momento com menos demanda, mas as pessoas que trabalham utilizam. E não há nenhuma orientação de como essas pessoas devem proceder, se vai ter ônibus, que alternativa terá. Não se ouve a população, não se ouve os técnicos. Quem se sentir prejudicado deve reclamar”, afirmou.
Rodízio regular
O prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), revogou o rodízio de veículos por placas pares e ímpares adotado há uma semana. A partir desta segunda-feira (18) voltou a valer o sistema regular de rodízio com dois números finais de placa por dia. O sistema de ônibus, no entanto, deve permanecer com a redução de frota. “Independente do rodízio, a SPTrans tem falhado em ajustar a oferta de transporte. Por que a SPTrans não está usando com qualidade os dados que ela tem de rastreio das pessoas? Teve 100 mil passageiros a mais, mas se tivesse cuidado no planejamento, não ia ser problema”, avaliou Calabria.
Embora o novo rodízio tenha conseguido reduzir a circulação de carros em 40% – cerca de 1,5 milhão de veículos a menos -, houve aumento de aproximadamente 100 mil usuários no transporte coletivo, que segue com a oferta reduzida. O isolamento social teve aumento de apenas dois pontos percentuais, de 47% para 49% da população.
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