Prevista para ser reaberta entre os dias 31 de maio e 1° de junho, a Linha 15 – Prata do monotrilho segue paralisada na manhã desta segunda-feira.
A data do retorno da operação tinha sido revelada pelo secretário de Transportes Metropolitanos Alexandre Baldy na última sexta-feira (29).
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
A paralisação completa 94 dias nesta segunda-feira (1°). Em fevereiro, o funcionamento foi interrompido após uma falha em pneu dos trilhos.
Funcionários da linha 15-Prata disseram ao Bom Dia SP que a reabertura poderá ocorrer até o final do dia. Até as 7h, porém, a informação não tinha sido confirmada oficialmente.
O G1 procurou a Secretaria de Transportes Metropolitanos e aguarda posicionamento.
Em nota, a Bombardier, empresa fabricante dos trens, afirmou que emitiu um certificado de relatório de segurança para liberar o funcionamento do serviço no trecho entre as estações Vila Prudente e Jardim Planalto.
Outros trechos da via serão liberados pela empresa tão logo as obras, com a adequação recomendada, sejam finalizadas.
Falha Os 23 trens que operam na linha foram recolhidos no dia 27 de fevereiro, depois que o cinco pneus de um dos trens estourou. Esses pneus do monotrilho funcionam com o sistema run flat com um reforço de borracha e ainda não há prazo para a normalização do sistema.
A causa apurada para o problema foi o pneu ter se rompido por estar tocando o run flat (borracha interna). Isso teria ocorrido por deformidades nas vias. Não é possível saber se essas deformidades foram provocadas pelo uso ou má construção.
As falhas e a paralisação fizeram o Ministério Público de São Paulo abrir um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades.
O inquérito foi instaurado pelo promotor Silvio Antonio Marques, alegando que o monotrilho vem acumulando falhas e atrasos em série, prejudicando e colocando em risco os usuários da região Leste de São Paulo.
No dia 13 de março, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmou que a linha voltaria a funcionar parcialmente em 23 de março e integralmente a partir de 14 de abril.
A investigação do MP tem como alvo a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, o Metrô e o Consórcio Expresso Monotrilho Leste, responsável pela construção da linha, além da Bombardier, a empresa fabricante dos trens.
Desde a inauguração, a Linha 15-Prata, que ainda é a única que utiliza tal modelo na cidade de São Paulo, acumula atrasos e uma série de falhas, sendo que, diariamente os usuários enfrentam velocidade reduzida, troca de trens, grandes intervalos e superlotação. (…) As irregularidades ocorrem desde 2016, quando um trem deixou a plataforma com todas as portas abertas, colocando em risco a vida dos passageiros, já que os trens do monotrilho circulam a altura média de 15 metros, sobre pilastras, justificou Marques no pedido de investigação.
O inquérito do MP foi aberto depois de uma solicitação dos deputados estaduais Paulo Fiorillo e José Américos, do PT. Para o promotor Silvio Marques, a investigação se faz necessária também porque o projeto da linha em exame foi anunciado com investimentos de R$2,8 bilhões, mas o valor gasto até o momento atinge R$5,5 bilhões, sendo que a data de entrega foi adiada por diversas vezes.
Histórico de falhas Em janeiro deste ano, a Linha-15 Prata foi recordista de falhas no sistema de trilhos da cidade. Levantamento feito pela TV Globo com base nas informações do Metrô apontou que a linha teve operação normal em 76,4% do tempo, ou seja, a cada quatro horas de funcionamento, uma foi atípica.
Logo no início do ano, a Linha 15-Prata enfrentou falhas que duraram mais de quatro dias. Por conta de problema na altura da estação São Lucas, na Zona Leste, os trens circulavam com lentidão e maior tempo de parada.
Em 2019, foram 27 dias com funcionamento em operação parcial. O caso mais grave foi de uma colisão entre dois trens em uma área de manobra. O acidente ocorreu nos trilhos que passam sobre a Avenida Sapopemba. Não houve feridos.
Seja o primeiro a comentar