O diretor-presidente da Valec, André Kuhn, afirmou ontem, em participação no Webinar nos Trilhos, que o trecho II da Fiol, de Caetité a Barreiras, na Bahia, ainda não tem trilhos aplicados em toda a sua extensão, de 485 km. A Valec, por contrato, é responsável pela compra do material junto aos fornecedores, mas, segundo Kuhn, faltam recursos em caixa para investir R$ 400 milhões em trilhos, montante necessário para concluir o trecho. O mecanismo de outorga cruzada com a renovação dos contratos de concessão das ferrovias poderá ser utilizado para a compra, disse.
Kuhn ressaltou que, ao assumir a presidência da Valec em abril deste ano, uma das missões que recebeu do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, foi concluir a Fiol II até 2022. ”Para licitar o trecho é preciso que pelo 85% da ferrovia esteja pronta”. Esse ano, a Valec conta com R$ 300 milhões no orçamento para as obras. Para cumprir o cronograma, serão necessários mais cerca de R$ 1,4 bilhão em dois anos, salientou o diretor-presidente da Valec.
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”No ritmo atual, eu diria que R$ 300 milhões são suficientes para concluirmos o que está previsto esse ano. Mas a meta é rever cronogramas e o ritmo das obras para tornar factível a conclusão da Fiol II em dois anos. No ano que vem, queremos de R$ 600 a R$ 700 milhões destinados às obras, mesma quantidade que prevemos em 2022. Estamos correndo atrás, inclusive, em reuniões com deputados para reforçar o caixa através de emendas parlamentares”.
Kuhn falou também sobre a parceria com o Exército para a conclusão de 18 km do lote 6 da Fiol II, de Bom Jesus da Lapa e São Desidério. Segundo o diretor-presidente, o Exército ”é uma carta na manga do governo” e que a parceria poderá ser estendida para outros trechos que não estejam com ritmo adequado de obras.
Sobre a Fiol III, Kuhn disse que os estudos estão prontos e já foram encaminhados para o TCU, para uma análise prévia. A construção do trecho também está prevista com recursos de outorga com as renovações das ferrovias (Tarcísio de Freitas falou em entrevista ao Valor Econômico ontem na possibilidade de usar recursos da prorrogação da FCA para a implementação do trecho III).
Outra missão dada pelo ministro da Infraestrutura, segundo Kuhn, foi levar para frente o projeto de fusão da Valec com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL). Até o fim desse ano, a área técnica do ministério decidirá como será feita – a possibilidade de incorporação da EPL pela Valec também está sendo estudada, além da própria fusão, mais complexa. A união das duas empresas, que acarretaria no surgimento da Infra SA, abriria o leque de atuação da Valec, no tocante à produção de estudos e de modelagem de projetos para além de ferroviários, incluindo segmentos rodoviários e aquaviário, afirmou Kuhn.
O Webinar nos Trilhos faz parte das comemorações dos 80 anos da Revista Ferroviária e conta com o patrocínio da Loram do Brasil e da Cavan.
Assista ao webinar completo aqui.
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