O sistema ferroviário do Rio de Janeiro viu crescer no primeiro semestre deste ano, a maior parte dele sob a pandemia do novo coronavírus, o total de furtos de cabos de energia e de pichações em seus 270 quilômetros de linhas operacionais.
Levantamento da concessionária SuperVia mostra que ocorreram 66 furtos de cabos de energia e sinalização, 40% mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram registradas 47 ocorrências.
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Também cresceu o total de pichações nos trens da operadora: foram 26 neste ano, duas a mais que as 24 de janeiro a junho do ano passado. As ações de vandalismo resultaram na retirada de 4,16 quilômetros de cabos do sistema ferroviário, enquanto em 2019 o total tinha sido de 3,13 quilômetros.
O crescimento do vandalismo ocorreu num período em que o sistema sofreu forte queda na demanda por passageiros, devido à Covid-19. Entre os dias 14 de março e esta quinta-feira (2), deixaram de ser transportados pelos trens no Rio 30,78 milhões de passageiros.
No total, foram registrados 247 casos de vandalismo entre janeiro e junho, incluindo 58 janelas e visores de porta arrancados, 11 para-brisas danificados por pedradas e 81 furtos de materiais dentro dos trens.
Além disso, 15 tiroteios registrados no entorno de linhas e estações paralisaram a circulação de trens no período, 10 deles no ramal Saracuruna.
Os 270 quilômetros de concessão do sistema ferroviário do Rio passam por 12 municípios, com 104 estações que cortam 112 comunidades. Cerca de 10 delas geram problemas com tráfico e vandalismo. A SuperVia tem 200 trens e é concessionária do sistema desde 1998.
O tiroteio mais recente ocorreu no dia 24 de junho, em Cordovil, no ramal Saracuruna. Os trens precisaram parar e aguardar 11 minutos para que pudessem voltar a operar. Em relação a 2019, porém, houve queda no total de paralisações por conta de trocas de tiros -foram 37 no primeiro semestre do ano passado.
A concessionária diz gastar cerca de R$ 5 milhões a cada semestre com a recuperação de atos de vandalismo, além de R$ 3 milhões para substituir os cabos furtados. Dezesseis pessoas foram presas entre janeiro e junho após furtos de cabos.
NA PANDEMIA
As ocorrências de furtos são frequentes historicamente nos trens do Rio de Janeiro, mas neste ano surgiu um novo componente entre os itens furtados: álcool em gel.
Desde o mês de maio, quando começou a instalação de equipamentos com álcool em gel 70% nas estações, foram registrados 54 furtos e 166 atos de vandalismos contra dispensers, além de 5 furtos e 43 vandalismos contra totens, totalizando 268 ocorrências.
Nos totens, o acionamento é feito por meio de um pedal, sem necessidade de usar as mãos.
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