Indígenas kayapós que vivem em terras no Sudoeste do Pará bloquearam um trecho da BR-163, importante rota para o escoamento de grãos do Centro-Oeste. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) se mobiliza para cumprir uma reintegração de posse no local determinada pela Justiça Federal.
Entre as reivindicações dos indígenas, que estavam vestidos para guerra, estão a renovação do Plano Básico Ambiental (PBA) e a atenção para a saúde devido à pandemia de Covid-19. Também se posicionam contra a construção da ferrovia Ferrogrão sem que sejam ouvidos, uma vez que o projeto prevê a construção dos trilhos perto de suas terras. A paralisação causou de uma fila de pelo menos três quilômetros de veículos que seguiam de Mato Grosso ao Pará.
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– Mesmo mediante a ação judicial, haverá um esforço da PRF em negociar a saída com os índios, e se eles não aceitarem, órgãos superiores decidem quais serão as medidas cabíveis – disse o chefe da PRF de Santarém, Fernando Antônio.
A rodovia liga importantes regiões produtoras de soja e milho de Mato Grosso ao porto fluvial de Miritituba, em Itaituba (PA), de onde barcaças levam grãos até os portos do Rio Amazonas para serem exportados.
Presença do governador Segundo o chefe da PRF de Santarém, delegacia mais próxima de Novo Progresso – cerca de 700 quilômetros de distância – os indígenas também chegaram a pedir a presença do governador do Pará, Helder Barbalho, para a negociação de melhores condições de auxílio contra a disseminação do coronavírus.
Os kayapós, que vivem nas reservas indígenas adjacentes Menkragnoti e Baú, afirmam que a estrada trouxe doenças para suas aldeias e, por isso, buscam indenização.
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O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, destacou que o Brasil está no período de maior exportação de milho, cuja colheita da segunda safra, a maior do país, está em fase final. A maior parte da soja disponível para exportação já foi embarcada.
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