As operadoras de metrôs e trens urbanos ficaram descontentes com a redação do PL 3.364, que prevê socorro federal de R$ 4 bilhões para os transportes coletivos, que sofreram com queda de demanda e acumulam prejuízos bilionários pela pandemia.
A alegação é que, pelo texto atual, vão sobrar apenas migalhas para as empresas metroferroviárias. Elas argumentam que, apesar de transportarem um contingente menor de pessoas no país como um todo, têm altíssima demanda de passageiros nas metrópoles onde operam.
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Além disso, uma diferença crucial entre os sistemas por trilhos e os ônibus é a planilha de custos. Metrôs e ônibus carregam uma conta muito mais pesada em energia elétrica, enquanto a frota de veículos sem rodar economiza com óleo diesel. As operadoras metroferroviárias também têm custo com todo o funcionamento das estações – empresas de ônibus raramente administram os terminais – e nem podem negociar, temporariamente, trens que não utilizam.
Por isso, a divisão de 60% dos recursos do socorro federal para municípios e 40% para Estados foi vista como injusta. A maioria dos sistemas de trens e metrôs é de titularidade estadual, mesmo quando tem gestão privada, como é o caso da Supervia e do Metrô no Rio de Janeiro.
Nas estimativas do setor privado, o Estado do Rio ficaria com cerca de R$ 130 milhões dos recursos previstos no projeto de lei em tramitação na Câmara. Esse dinheiro seria rateado por metrô, trens, barcas e ônibus intermunicipais de responsabilidade estadual. Seria, na visão dos responsáveis pelos serviços, insuficiente para fazer frente à crise.
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